Tabagismo volta a crescer no Brasil com alta entre jovens e boom dos cigarros eletrônicos

No Dia Mundial sem Tabaco, celebrado em 31 de maio, o Brasil acende um alerta sobre o crescente uso de cigarros eletrônicos. Segundo dados do VIGITEL e do Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica), o país já conta com quase 3 milhões de usuários, sendo a maioria composta por jovens entre 18 e 24 anos.

A campanha deste ano é intitulada como “Deixa o cigarro pra lá”, e é uma parceria entre o Instituto Nacional de Câncer (Inca) e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). O objetivo é informar e conscientizar a população sobre os malefícios dos produtos de tabaco e nicotina, com foco nos dispositivos eletrônicos que, mesmo sendo proibidos no Brasil desde 2009, continuam sendo utilizados por jovens.

Cresce o número de fumantes
Dados recentes do Ministério da Saúde indicam um aumento de 25% no número de fumantes entre 2023 e 2024, revertendo uma tendência de queda que vinha desde 2007. O impacto do tabagismo no Sistema Único de Saúde (SUS) é significativo, com custos anuais estimados em R$ 153 bilhões, enquanto a arrecadação de impostos sobre a venda de cigarros representa apenas 5% desse valor. Além disso, mais de 174 mil pessoas morrem anualmente no Brasil por doenças relacionadas ao tabaco, sendo 55 mil por câncer.

“Os produtos de nicotina e de tabaco são altamente viciantes e prejudiciais. Cigarros eletrônicos e aditivos são formas de atrair mais as pessoas para o tabagismo. É necessário reforçar com a sociedade que produtos fumígenos, em todas as suas formas, fazem mal à saúde”, declarou o Inca, o Instituto nacional do câncer.

A campanha também ressalta os benefícios de parar de fumar:
• Após 20 minutos sem cigarro, a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal;
• Em três semanas, a respiração se torna mais fácil;
• Em um ano, o risco de morte por infarto cai pela metade.
Com essas ações, o Brasil busca reforçar a luta contra o tabagismo e proteger a saúde da população, principalmente os jovens.