Governo federal suspende descontos no INSS de aposentados e pensionistas

O governo federal anunciou nesta quinta-feira (24) que vai suspender todos os descontos mensais feitos por entidades, como associações e sindicatos, direto nas folhas de pagamento dos beneficiários do INSS. A medida acontece após a Operação Sem Desconto, deflagrada na quarta-feira (23), pela Controladoria Geral da união (CGU) e pela Polícia Federal.

De acordo com as investigações, ao menos 6 milhões de aposentados e pensionistas podem ter sido vítimas dos descontos não consentidos. A investigação apurou ainda que os descontos aconteciam desde 2019 e o valor chegava aos R$ 6,3 bilhões.

A administração federal anunciou ainda que o INSS deve elaborar um plano para garantir o ressarcimento integral das vítimas. Ainda não se sabe como esses valores serão devolvidos. Por ainda não ter um plano definido de devolução, o governo federal afirma que não há necessidade dos aposentados e pensionistas irem às agências. Os descontos devem ser interrompidos já nos pagamentos do mês de maio.

Os descontos eram realizados pelas associações e sindicatos de classes que cobravam um valor dos aposentados e pensionistas dizendo oferecer a realização de serviços de assessoria jurídica, convênios com academias e planos de saúde.

Mesmo com alguns beneficiários cientes dos descontos, a investigação revelou que a maioria dos aposentados e pensionistas não havia autorizado a cobrança.

Entre as entidades investigadas está o SINDNAPI (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos), que tem como diretor vice-presidente o irmão mais velho do presidente Lula, José Ferreira da Silva, o Frei Chico.

A operação foi realizada em 14 estados, incluindo São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Ceará e Distrito Federal. Até o momento, seis servidores públicos foram afastados de suas funções.

No fim da tarde desta quarta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto.

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Foto: Reprodução