Em um ano, preço do café sobe 81% ao consumidor, mas começa a cair no campo

O preço do café continua pesando no bolso do consumidor brasileiro, apesar de sinais de alívio para os produtores no campo. De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) e divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira (26), o café moído registrou uma alta de 2,86% em junho, e 81,6% nos últimos 12 meses.

Porém, o cenário começa a mudar com a queda de 17% em junho, da saca a café arábica, que é o mais consumido e produzido no Brasil, em relação à máxima histórica de fevereiro.

A produção nacional também influencia diretamente esses números. Segundo estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a colheita brasileira de café deve alcançar 55,7 milhões de sacas de 60 quilos neste ano, um crescimento de 2,7% em relação ao ano passado. O destaque vai o aumento da safra de café robusto com alta prevista de 28%, enquanto o café arábica deve sofrer uma queda de 6,6%, impactado por condições climáticas.

Apesar da alta no varejo, o consumo interno vem dando sinais de retração, o que pode ajudar a equilibrar a demanda. Já no exterior, a procura pelo café brasileiro segue aquecida. Problemas climáticos na África e tensões logísticas em outras regiões produtoras aumentaram a competitividade do produto nacional no mercado internacional.

A expectativa é que, com a estabilização da produção e o arrefecimento da inflação do café, os preços ao consumidor comecem a recuar gradualmente. Ainda assim, o ritmo dessa queda irá depender do comportamento do mercado nos próximos meses, das condições climáticas nas regiões produtoras e da força das exportações brasileiras.