AUMENTO DE CASOS DE INFARTO PODE ESTAR RELACIONADO AO INVERNO

De acordo com dados do Observatório de Saúde Cardiovascular do Instituto Nacional de Cardiologia (INC), o inverno propicia o aumento de internações por infarto. No Brasil, esse aumento alcança até 12% de pessoas que apresentam fatores de risco e em nível mundial o índice chega a 30%. Segundo o cardiologista da Ativia Saúde, Drº Thiago Barros da Silva, as baixas temperaturas podem desencadear uma série de respostas no corpo que elevam o risco de eventos cardíacos.

“O frio intenso provoca a vasoconstrição, que é o estreitamento dos vasos sanguíneos. Isso aumenta a pressão arterial e sobrecarrega o coração. A exposição ao frio também pode causar alterações na viscosidade do sangue, tornando-o mais espesso e mais propenso à formação de coágulos. Além disso, baixas temperaturas podem desencadear uma resposta inflamatória no organismo, agravando condições preexistentes, como a aterosclerose, que é o acúmulo de placas de gordura nas artérias. Esses fatores, combinados com o estresse e a tendência de se exercitar menos, contribuem para um aumento no risco de infarto durante o inverno”, comenta o médico.

Os sintomas de um infarto podem variar, mas na maioria das vezes incluem dor ou desconforto no peito, que pode irradiar para o braço esquerdo, pescoço, mandíbula ou costas. “Essa dor é descrita como uma sensação de aperto, pressão, queimação ou peso. Além disso, pode haver falta de ar, suor frio, náusea, vômito, tontura ou sensação de desmaio. Em alguns casos, os sintomas podem ser mais sutis, especialmente em mulheres, idosos e pessoas com diabetes, apresentando-se como uma fadiga extrema, desconforto no abdômen ou uma sensação de mal-estar geral. É crucial que, ao perceber qualquer desses sinais, a pessoa procure ajuda médica imediatamente, pois o tratamento precoce é vital para minimizar os danos ao coração e aumentar as chances de recuperação”, explica Thiago Barros.

Ainda segundo o cardiologista, é importante que pessoas com maior propensão a doenças cardiovasculares tomem medidas preventivas durante o inverno. “Em primeiro lugar, é essencial manter-se aquecido, vestindo roupas adequadas e evitando a exposição prolongada ao frio. A prática regular de exercícios físicos, mesmo em temperaturas baixas, é importante, mas deve ser feita com cuidado e, preferencialmente, em ambientes internos ou com aquecimento. Monitorar e

controlar a pressão arterial é crucial, assim como seguir rigorosamente as orientações médicas sobre o uso de medicações”, pontua o cardiologista.

“Manter uma dieta equilibrada e evitar o consumo excessivo de sal e gorduras também são medidas essenciais. Além disso, é fundamental evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool. Em caso de sintomas suspeitos, procurar atendimento médico de imediato é vital para prevenir complicações graves”, conclui o especialista.

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