Queda da vacinação contra o Sarampo alerta Organização Mundial de Saúde

O combate ao sarampo assume nova urgência diante do ressurgimento global da doença, intensificado pela queda na cobertura vacinal. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os casos confirmados ultrapassam 359 mil no mundo, enquanto nas Américas foram registrados 2.313 casos até abril de 2025, um salto significativo em relação aos 215 notificados no mesmo período de 2024.

No Brasil, o Ministério da Saúde confirmou em maio de 2025 dois casos isolados de sarampo em São João de Meriti, no Rio de Janeiro, envolvendo duas crianças de uma mesma família. Os pacientes passam bem e não há evidência de transmissão comunitária. As amostras foram analisadas pela Fiocruz e as ocorrências não ameaçam o status de país livre da circulação do vírus, concedido em novembro de 2024 pela Organização Pan-Americana da Saúde e Organização Mundial de Saúde.

O sarampo é altamente contagioso. Uma pessoa infectada pode transmitir o vírus para até 18 pessoas, por via respiratória ou contato com superfícies contaminadas. A transmissão ocorre desde quatro dias antes até quatro dias após o surgimento das manchas características.

Efeitos graves, como pneumonia, encefalite e até morte, ainda são riscos reais, especialmente em pessoas não imunizadas.

A vacina tríplice viral, disponível gratuitamente pelo SUS, protege contra sarampo, caxumba e rubéola. A primeira dose deve ser aplicada aos 12 meses e a segunda, com a tetraviral, aos 15 meses. Para interromper a circulação do vírus, é necessário que a cobertura ultrapasse 95%. No Brasil, entretanto, essa taxa caiu para 91,25% em 2024 e chegou a apenas 84,97% até março de 2025.