Linguística aplicada forma pensamento crítico para análise das mudanças climáticas
Em novembro de 2022, foi realizada a 27ª edição daConferência das Partesda Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima. A COP-27 foi considerada…
Em novembro de 2022, foi realizada a 27ª edição daConferência das Partesda Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima. A COP-27 foi considerada o maior encontro já realizado sobre o tema das mudanças climáticas, que culminou com a criação de um fundo de perdas e danos destinado aos países mais vulneráveis em função do crescente aumento de desastres naturais.
Dúvidas sobre como resolver a situação aparecem e aparentam ser foco de estudo apenas da geografia e da meteorologia, mas esse é um problema que preocupa outras áreas, como a linguística aplicada, campo da ciência que tem por objetivo o estudo da linguagem.
”Para além da comunicação, a linguagem é uma ferramenta de transformação social, pois, ao entender o contexto e questionar o status quo, pode oportunizar novas formas de ser e de agir. A Linguística Aplicada, a partir de ações decoloniais e pautada na interculturalidade, além, claro, de em outras bases teórico-filosóficas, é a ciência que, dentre outros feitos, pode propiciar o desenvolvimento do pensamento crítico”, afirma o Prof. Dr. Francisco Estefogo, do curso de Mestrado em Linguística Aplicada da Universidade de Taubaté (UNITAU).
O aumento no volume de chuvas em toda a região e o desastre ocorrido no Litoral Norte servem de evidências para que haja uma mudança significativa no nosso planeta, a começar pelo comportamento das pessoas. O Prof. Estefogo alerta para o problema das narrativas que se reproduzem e, consequentemente, de alguma forma, permitem que os acontecimentos trágicos como o de São Sebastião se repitam daqui a algum tempo. “É preciso compreender essa retórica para se prospectar mudança por meio de novos conhecimentos, repertórios e possibilidades de transformação”.
O professor destaca ainda que a construção do pensamento crítico deve estar embasada no inconformismo com a realidade e também deve ser motivada na escola.
”A questão da reprodução das linguagens está intimamente ligada ao conhecimento e, certamente, aos ditames da educação, normalmente reprodutores. Portanto, somente por meio do inconformismo com a realidade, sobretudo, pela óptica das linguagens das práticas escolares é que a construção de novos conhecimentos poderá desenvolver o pensamento crítico e construir novos repertórios de modo a compreender e a mudar as razões pelas quais há tantas mazelas decorrentes das causas e das consequências das mudanças climáticas.”
Essa e outras abordagens são discutidas nas disciplinas que compõem o curso. O programa de Pós-graduação em Linguística Aplicada da UNITAU começou em 1996 e, em 27 anos, formou mestres que têm contribuído para o ensino e a pesquisa da língua materna. Para mais informações sobre o curso, acesse aqui.
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