Policial Militar reformado que ficou tetraplégico em acidente se reencontrou no esporte e vai para as Paralimpíadas 2024

O Policial Militar reformado por invalidez André Rocha, 47 anos, morador de Taubaté, sofreu um acidente em 2005 que o deixou tetraplégico. Durante uma ocorrência ele caiu de um muro alto e sofreu uma lesão na coluna.

André passou por diversas cirurgias, porém sem sucesso. Ele havia entrado na Polícia Militar do Estado de São Paulo no ano de 2000, trabalhando na Cia Força Tática. Quando aconteceu o acidente, ele conta que ficou com depressão profunda por dois anos e pensou em tirar a própria vida.

“Passei por vários tratamentos medicamentosos, fisioterapia, hidroterapia, morfina, implante de marca passo medular para ajudar a conter a dor devido a dor neuropática crônica adquirida. Foi quando meu filho, de apenas 7 anos de idade, me deu forças para sair desse buraco em que eu me encontrava. Juntamente com minha esposa Vânia e meu grande amigo João Scarpa, foram essas pessoas que me deram forças para eu superar tudo isso”, conta André.

Nesse período ele voltou a trabalhar com edição de fotos e vídeos encontrando um novo caminho. Mas ainda não estava muito satisfeito, sentia a necessidade de voltar a praticar uma atividade física.

Foi em 2013 que ele conheceu o esporte paralímpico e ganhou diversas medalhas na modalidade Lançamento de Disco e peso, “minha vida mudou, voltou a fazer sentido e não mais parei”, conta.

André é recordista brasileiro Pan-Americano e Mundial, quebrou 14 recordes mundiais, é Tetra Campeão Grand Prix internacional de Berlin – Alemanha, primeiro Policial Militar da História a competir no Mundial Militar na Korea do Sul, primeiro paratleta a ganhar medalha nessa competição e Bi Campeão Mundial no Lançamento do Disco.

Ele foi classificado para os Jogos Paralímpicos 2024, que acontecem em Paris, na França. André conta que tem sido um ano com excelentes resultados e ele deseja muito conquistar uma medalha para o Brasil.

Os policiais do 5º BPM/I, criaram uma vaquinha online para ajudar a arrecadar um valor para que André leve sua família a Paris para torcer por ele.

“Para quem não sabe da minha história, são dezenove anos de muita luta, sofrimento, tratamentos diversos para dor neuropática crônica, entre tantos outros problemas de saúde. Minha família sempre esteve ao meu lado e nunca deixaram de me apoiar. Minha esposa, Vânia, segurou uma barra muito difícil e estamos mais unidos que nunca. Sempre quis proporcionar um momento desse para eles e acho que chegou a hora. Estamos falando do maior evento esportivo do planeta e depois de tudo que passaram ao meu lado, seria sensacional tê-los ao meu lado torcendo por mim e pelo Brasil.

Aproveito o espaço para agradecer meus irmãos de farda pela iniciativa, principalmente ao Cel PM Rodrigo que se sensibilizou com toda história e não poupou esforços para iniciarmos a rifa e tentar angariar recursos para auxiliar nesse sonho” explica André.