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Cientistas criam embrião humano com DNA retirado de células da pele

O estudo foi publicado na revista Nature Communications e mostra que foram produzidos 82 óvulos funcionais. A intenção é ajudar os casais que não conseguem se beneficiar da fertilização in vitro, por não terem espermatozoides ou óvulos para utilizar

Por Portal Aqui Vale

Cientistas americanos produziram, pela primeira vez, embriões humanos em estágio inicial, manipulando DNA retirado das células da pele de pessoas, fertilizadas com espermatozoides.

A técnica pode superar a infertilidade causada por doenças ou pela idade avançada, utilizando praticamente qualquer célula do corpo como ponto inicial da vida. Ela poderá até permitir que casais do mesmo sexo tenham filhos geneticamente relacionados aos dois parceiros.

O método ainda precisa ser refinado e pode levar ainda uma década para que as clínicas de fertilidade possam chegar a considerar o seu uso.

Mas especialistas afirmam que este é um avanço impressionante, que exige um debate público aberto sobre as possibilidades que estão sendo criadas pela ciência.

Como funciona a técnica

A reprodução costumava se resumir ao encontro entre o espermatozoide do homem e o óvulo da mulher. Este experimento recente começa com a pele humana.

A técnica criada pela equipe de pesquisa da Universidade de Ciências e Saúde de Oregon, nos Estados Unidos, retira o núcleo de uma célula da pele.

Este núcleo contém uma cópia de todo o código genético necessário para a construção do corpo humano. Ele é colocado no interior de um óvulo doador, que teve suas instruções genéticas retiradas.

Mas este óvulo não está pronto para ser fertilizado pelo espermatozoide, pois ele já contém um conjunto completo de cromossomos. De cada um dos nossos pais, nós herdamos 23 conjuntos de DNA. O total é de 46, que já estão contidos no óvulo formado.

A próxima etapa é convencer o óvulo a descartar metade dos seus cromossomos. Os pesquisadores chamam este processo de “mitomeiose” — uma fusão dos termos “mitose” e “meiose”, que são as duas formas de divisão celular.

O estudo foi publicado na revista Nature Communications e mostra que foram produzidos 82 óvulos funcionais.

Eles foram fertilizados com espermatozoides e alguns deles progrediram para os estágios iniciais de desenvolvimento de embriões. Nenhum deles se desenvolveu além do estágio de seis dias.

Ao final do processo, ele precisa ter um cromossomo de cada um dos 23 tipos para evitar doenças, mas acaba ficando com dois cromossomos de alguns tipos e nenhum de outros.

O índice de sucesso também é baixo (cerca de 9%) e os cromossomos perdem um processo importante de recombinação do DNA, conhecido como permutação cromossômica.

Esta tecnologia faz parte de um campo em crescimento que pretende produzir espermatozoides e óvulos fora do corpo. Ele é conhecido como gametogênese in vitro.

A técnica ainda está no seu estágio inicial de descoberta científica, não para uso clínico. Mas a intenção é ajudar os casais que não conseguem se beneficiar da fertilização in vitro, por não terem espermatozoides ou óvulos para utilizar.

Ela poderá ajudar mulheres idosas que não possuem mais óvulos viáveis, homens que não produzem espermatozoides em quantidade suficiente ou pessoas que passaram por tratamento de câncer, que causou infertilidade.

A técnica descrita não precisa usar as células da pele de uma mulher. Por isso, ela abre a possibilidade de que casais do mesmo sexo tenham filhos geneticamente relacionados a ambos os pais.

Neste caso, a pele de um homem poderá ser empregada para produzir o óvulo e o espermatozoide do parceiro seria usado para a fertilização.

Foto de capa da matéria: Reprodução

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