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Brasileiras estão adiando a Maternidade e Taxa de Fecundidade Cai para 1,55 Filho por Mulher, Aponta Censo

O Censo de 2022 revela mudanças demográficas, com aumento na idade média das mães e crescimento do número de mulheres sem filhos.

Por Portal Aqui Vale

O Censo Demográfico de 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela uma importante mudança nas dinâmicas familiares brasileiras: as mulheres estão tendo menos filhos e adiando a maternidade. A taxa de fecundidade total, que mede a média de filhos por mulher em idade reprodutiva, caiu para 1,55 em 2022. Esse número representa uma tendência de queda contínua desde a década de 1960, quando a taxa era de 6,28 filhos por mulher.

De acordo com Marla Barroso, pesquisadora do IBGE, a queda na fecundidade reflete transformações profundas nas pirâmides etárias e no envelhecimento populacional. “O ritmo de crescimento e as mudanças na estrutura demográfica estão diretamente ligados ao número de nascimentos”, afirmou. Além disso, a taxa de fecundidade brasileira tem ficado abaixo da taxa de reposição populacional desde 2010, o que significa que, atualmente, o Brasil não está mais gerando a quantidade de filhos necessária para manter a população estável.

O estudo aponta que as mulheres estão adiando a maternidade: a idade média da fecundidade passou de 26,3 anos, em 2000, para 28,1 anos, em 2022. Essa tendência se reflete em todas as regiões do Brasil, mas é mais acentuada no Sudeste e Sul, onde a idade média de fecundidade foi de 28,7 anos em 2022.

Diferenças Regionais e Socioeconômicas

A pesquisa também revelou grandes disparidades regionais nas taxas de fecundidade. O Sudeste apresentou a menor taxa, com 1,41 filhos por mulher, enquanto o Norte, com 1,89, ainda apresentou a maior taxa do país. O Censo destaca que as regiões mais desenvolvidas, como o Sudeste, têm taxas de fecundidade mais baixas, enquanto o Norte e o Nordeste mantêm números mais elevados, embora também tenham observado quedas substanciais ao longo das últimas décadas.

Além disso, o estudo revela que o percentual de mulheres que chegam ao fim da idade reprodutiva sem filhos está em ascensão. Em 2000, 10% das mulheres entre 50 e 59 anos não haviam tido filhos nascidos vivos. Em 2022, esse percentual subiu para 16,1%.

A Visão de Dimas Ramalho sobre a Realidade Demográfica Brasileira

O impacto dessas mudanças demográficas é discutido também no artigo de Dimas Ramalho, conselheiro-corregedor do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Ramalho alerta para o fechamento do bônus demográfico no Brasil e destaca que o país está envelhecendo antes de alcançar uma maior estabilidade econômica e educacional. Segundo ele, enquanto o Brasil experimentava uma janela de oportunidade nas últimas décadas, com mais pessoas em idade ativa do que dependentes, o país não conseguiu aproveitar plenamente seu potencial, deixando de avançar em áreas como educação e produtividade.

Ramalho faz um paralelo com a queda na fecundidade, apontando que o Brasil está se tornando mais velho sem ter alcançado um nível de desenvolvimento econômico robusto. Ele afirma que, ao invés de consolidar ganhos nas áreas de produtividade e equidade social, o país está atravessando esse período com uma sensação de chance perdida.

A Necessidade de Reformas Estruturais

Segundo Ramalho, o envelhecimento populacional exige uma reforma estrutural no Brasil. Ele defende a necessidade de uma agenda de Estado focada em temas como a reforma da Previdência, a adaptação do sistema de saúde para o cuidado contínuo e a valorização da longevidade como um ativo social e econômico. “Será preciso valorizar a longevidade como ativo social e econômico — e não como fardo”, conclui.

Essas questões exigem uma reflexão profunda sobre o modelo de desenvolvimento do país, conforme o Brasil se adapta a uma realidade demográfica diferente, com menores taxas de fecundidade e uma população cada vez mais envelhecida.

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