Alienígenas provavelmente existem, mas não conte com uma visita tão cedo

Olhe para o céu à noite. Entre bilhões de estrelas, será que estamos realmente sozinhos? Para a ciência, a resposta é provavelmente “não”.

A Via Láctea, nossa galáxia, tem cerca de 300 bilhões de estrelas. E ela é apenas uma entre cerca de 200 bilhões de galáxias no universo. “É puramente uma questão de números. É probabilidade”, afirma a cientista espacial Maggie Aderin-Pocock.

A busca por vida fora da Terra já começou. Telescópios avançados permitem analisar planetas que orbitam outras estrelas (os exoplanetas) e estudar sua composição química. O objetivo é encontrar sinais de ambientes parecidos com a Terra, capazes de sustentar a vida. 

“Já conhecemos centenas de planetas potencialmente habitáveis. É quase certo que, na próxima década, poderemos detectar sinais de vida”, diz Tim O’Brien, professor de astrofísica da Universidade de Manchester, à BBC.

Aqui na Terra, descobertas em lugares extremos , como fossas profundas dos oceanos, sem luz ou calor, mostraram que a vida pode surgir mesmo em condições consideradas impossíveis. Isso amplia a possibilidade de vida em outros planetas ou até luas.

Mas há um detalhe: mesmo que exista vida, ela pode não ser inteligente. A vida na Terra foi bacteriana por bilhões de anos antes de se tornar multicelular. Para um contato real, a civilização alienígena precisaria ser tecnologicamente avançada.

E mesmo se houver seres capazes de viajar ou enviar mensagens, o universo é gigantesco. Uma mensagem de uma estrela no centro da Via Láctea levaria 25 mil anos para chegar até nós. “Se nossas civilizações não se sobrepuseram no tempo, nunca encontraremos os alienígenas”, alerta Aderin-Pocock, ainda à BBC.

Ou seja, é muito provável que alienígenas existam. Mas, por agora, a visita deles, ou até mesmo uma simples mensagem, ainda está muito, muito longe.

Conteúdo baseado no programa The Infinite Monkey Cage (BBC Radio 4).