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O que acontece com o nosso corpo momentos antes da morte?

Entenda como o corpo reage nos momentos que antecedem a morte e como familiares podem lidar com esse processo

Foto: Reprodução

A morte não é o contrário da vida: é o último capítulo de um processo que começa no nascimento. Entender os sinais do corpo nos momentos finais ajuda a tornar esse momento mais tranquilo e significativo, para todos os lados dessa história.

Apesar de ainda ser cercada de mistério, pesquisas e especialistas vêm aprofundando o estudo sobre como o corpo reage nos últimos instantes da vida. A médica Ana Claudia Quintana Arantes, referência em cuidados paliativos e autora do livro A Morte é um Dia que Vale a Pena Viver, explica o processo comparando a morte aos quatro elementos da natureza: terra, água, fogo e ar.

Terra – Desconexão com o material

A primeira fase ativa da morte simboliza a desconexão com o mundo físico. “Dá uma sensação de cansaço estranho, que pesa nos olhos”, explica Arantes. Mesmo corpos magros parecem pesados, e cada movimento exige esforço.

É comum que a pessoa fique mais reclusa, sonolenta e entre em momentos de inconsciência. O corpo começa a desacelerar, e o sistema digestivo é um dos primeiros a reduzir o ritmo. A pele pode ficar pálida, gelada e ganhar tons arroxeados ou azulados, principalmente nas extremidades, reflexo de uma circulação mais lenta.

Apesar dessa desaceleração, os sentidos permanecem ativos. Por isso, tocar suavemente as mãos e braços ou conversar calmamente traz conforto e proximidade nos últimos momentos de vida.

Água – Ressecamento e cuidado

A segunda fase, representada pela água, envolve o ressecamento natural do corpo. Olhos, boca e lábios ficam secos, e a produção de saliva diminui. Pequenos gestos fazem grande diferença: um pano umedecido nos lábios, colírio para os olhos e hidratantes na pele ajudam a aliviar desconfortos e promover bem-estar.

É também nesta fase que sintomas físicos podem se intensificar, como falta de ar, agitação, náusea ou dor. Medicamentos e cuidados paliativos garantem que esses desconfortos sejam controlados, tornando o momento final mais suave.

Fogo – A “melhora da morte”

Curiosamente, alguns pacientes apresentam uma recuperação inesperada nas últimas horas: saem da letargia, voltam a se comunicar, querem comer e parecem mais animados. Esse fenômeno é chamado de “melhora da morte” ou “visita da saúde”.

Segundo Arantes, esse período é uma oportunidade única para despedidas, declarações de amor e pedidos de perdão. Pequenos gestos, conversas e presença de familiares se tornam mais importantes do que qualquer intervenção médica.

Ar – O último sopro da vida

O ar simboliza as alterações respiratórias típicas do momento final. A respiração pode ficar irregular, rápida, pausada ou até parecer ausente. A boca pode permanecer aberta devido ao relaxamento muscular, e sons barulhentos podem surgir pelo acúmulo de fluidos na garganta.

Embora esses sinais possam assustar quem observa, eles não indicam sofrimento para a pessoa que está partindo. É o corpo devolvendo o “sopro sagrado” que recebeu ao nascer. Nos segundos finais, o coração para, o cérebro se apaga e as células se desligam lentamente.

Testemunhar a morte de alguém é difícil, mas permanecer presente, tocar, falar e compartilhar o silêncio transforma o fim em algo digno e acolhedor. Para Arantes, a última expiração é um presente: a vida deixa o corpo e passa a viver no coração de quem ama.

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