São José dos Campos registra crescimento no setor imobiliário; especialistas recomendam atenção a prazos e contratos
Os investimentos em lançamentos, obras e entregas somaram R$ 4,3 bilhões no primeiro semestre de 2025

São José dos Campos tem apresentado forte expansão no mercado imobiliário. De acordo com levantamento da Associação das Construtoras do Vale do Paraíba (Aconvap), em parceria com a BID Gerenciamento e Planejamento, o volume de investimentos em lançamentos, obras e entregas ultrapassou R$ 4,3 bilhões em Valor Geral de Vendas (VGV) no primeiro semestre de 2025.
O preço médio do metro quadrado na cidade já supera R$ 8,5 mil, segundo dados da FipeZap, que monitora o índice nacional de preços de imóveis. O aumento está relacionado ao ritmo de lançamentos e à alta demanda por apartamentos de dois e três dormitórios, principalmente nas regiões Leste e Oeste do município.
Com o avanço do setor, também cresce a procura por imóveis adquiridos na planta, modalidade que oferece condições de pagamento facilitadas e possibilidade de valorização durante a construção. Especialistas, no entanto, orientam que esse tipo de compra requer atenção quanto a prazos, cláusulas contratuais e qualidade das obras.
De acordo com o advogado Fernando Alvarenga, especialista em direito civil, imobiliário e condominial, do escritório Ferreira de Alvarenga, os principais problemas enfrentados por consumidores estão relacionados a atrasos na entrega e condições contratuais que favorecem as construtoras.
“O atraso na entrega pode gerar custos adicionais, como pagamento de aluguel e despesas com mudança. Por isso, é importante analisar cuidadosamente o contrato e conhecer o histórico da construtora”, explica.
O advogado também destaca que cláusulas que limitem direitos do comprador ou estabeleçam penalidades desproporcionais devem ser avaliadas antes da assinatura. Questões como diferenças entre o material publicitário e o imóvel entregue, falhas de acabamento e vícios construtivos estão entre as reclamações mais frequentes.
Assessoria jurídica é recomendada antes da compra
A legislação brasileira garante proteção ao consumidor em casos de descumprimento contratual. Se houver atraso injustificado, o comprador pode solicitar indenização por danos materiais — como reembolso de aluguéis — e, em determinadas situações, danos morais.
“O Código de Defesa do Consumidor permite solicitar abatimento do valor, rescisão contratual e devolução integral das quantias pagas. O primeiro passo é a notificação formal à construtora; se não houver solução, o caso pode ser levado à Justiça”, orienta Alvarenga.
O especialista recomenda que a análise jurídica seja feita antes da assinatura do contrato.
“O advogado pode identificar cláusulas abusivas, verificar a idoneidade da construtora e ajustar pontos que possam gerar custos adicionais. Também orienta sobre direitos em caso de atraso ou falhas na obra”, afirma.
Nos imóveis prontos, a avaliação jurídica continua sendo importante. A verificação da matrícula, possíveis ônus, dívidas condominiais e tributos pendentes pode evitar prejuízos após a compra.
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