Minhas Refletisses – Desnormalizando o Pet Ideal

Eu moro sozinho há 6 anos, e sempre morei em casa com quintal, mato, arvores, horta, resumindo: Muuuuito espaço. E isso para muitas pessoas faz surgir a pergunta que elas não conseguem segurar, que é: “VOCÊ NÃO TEM CACHORRO??? NÃO TEM GATO??? EU NÃO ACREDITOOOOO, eles simplesmente são as coisas mais fofas do mundo, de dar vontade de esmagar de tanto amor (tchu tchu tchummm nnmnm sons de fofura exageradas)”  

E normalmente quando eu escuto isso, eu respiro, tomo meu chá de camomila, tomo um tercinho do meu Rivotril, guardo meu punhal de cobre da Breganha e respondo calmamente, que não tenho nenhum Pet, e antes que venham os tradicionais argumentos, eu já emendo a frase: Sou alérgico a pelo, não me sinto sozinho, me sinto seguro, eu prefiro minhas plantas e eu não superei a morte da minha última cachórra.

Lógico que esses argumentos são relativos, mas o último faz com que a pessoa fique em silêncio por 3 segundos e diga: “Ahhhhhhh agora entendi” e na sequência ela muda o assunto Pet para Márcia Sensitiva.

Mas nos últimos meses, com a mudança para uma casa nova, e ainda com aquele perfil de quintal, mato e espaço (E algumas centenas de famílias de aranha), eu senti que meu coração pediu um Pet, e senti que minha casa deveria ficar mais segura contra os “ladrões ou algum malfeitor”. Foi então que adotei duas (Eu disse duas) bravas, imponentes e absolutas galinhas.

Sim, essa foi a minha escolha PETiana. Duas incríveis e empoderadas galinhas, afinal, quem em sã consciência entraria em uma casa onde tem duas galinhas? Qual malfeitor? E claro, por consequência, nenhum inseto peçonhento adentraria a um recinto onde moram VANESSA (nome escolhido prontamente pela minha filha) e DA MATA (Nome dado por mim para uma conexão ainda maior das irmãs)? Afinal o meu problema era o medo dos Malfeitores e não do meu pavor gigantesco traumatizante horripilante que tenho de aranhas. 

Bom, seguindo a contratação afetiva das galinhas, resolvemos por sobrenomes nas irmãs, seguindo a tradição e aconselhamento do meu barbeiro Adalberto que tem um grande elenco de galinhas em sua casa.  E assim batizamos como “Vanessa Galvão” e ‘Da Mata Galvão”, simplesmente AS IRMÃS GALVÃO.

E aí eu te pergunto novamente: Quemmmmm em sã consciência entraria em um quintal onde moram as Galinhas Irmãs Galvão???

Eu tenho certeza que sua resposta foi “NINGUÉM”, e esse foi uma das minhas maiores escolhas na vida, apesar das galinhas serem super dóceis a ponto de eu e minha filha pegar elas no colo e ficar por horas acarinhando.

Eu jurava que essa história iria acabar comigo dizendo o quão importante foi pra mim ter esse reforço de segurança do clã das Irmãs Galvão, mas não é sobre nada disso, a verdade é que agora estou eu aqui, encantado por dois animaizinhos, me fazendo repensar o porque eu comia miojo sabor Galinha sem nem menos refletir sobre, sendo que “elas simplesmente são as coisas mais fofas do mundooooo, que dá vontade de esmagar de tanto amor (tchu tchu tchummm nnmnm sons de fofura exageradas)” .