Empresas passam a ser responsáveis pela saúde mental dos colaboradores
O que era diferencial, agora é obrigação
Licenças médicas relacionadas à saúde mental têm se tornado cada vez mais comuns. De acordo com dados do Ministério da Previdência Social, em 2024, houve 472.328 afastamentos, refletindo uma situação que exige atenção no âmbito trabalhista.
A NR-1 (Norma Regulamentadora), atualizada pela Portaria MTE nº 1.419/2024, impõe que as empresas adotem medidas preventivas para proteger a saúde mental dos trabalhadores.
Para Augusto Roque, consultor de recursos humanos, poucas empresas estão adequadamente preparadas para atender a essa demanda. “Algumas já investem em bem-estar, mas muitas ainda encaram a saúde mental como uma questão individual e não como parte da cultura organizacional”, afirma.
O que antes era considerado um diferencial, agora se tornou uma exigência legal.
O especialista destaca que, para cumprir a norma, as empresas devem identificar situações que possam levar ao esgotamento, como sobrecarga de trabalho e falta de reconhecimento, além de criar um ambiente seguro onde os funcionários possam discutir suas dificuldades sem medo de represálias. Também é essencial capacitar os líderes para reconhecer sinais de esgotamento emocional, oferecer suporte psicológico e evitar sobrecarga e prazos irreais, pois ninguém consegue desempenhar bem quando está no limite. De acordo com especialistas, ambiente de trabalho tóxico ou excessivamente estressante pode agravar problemas pessoais.
Nesse contexto, a NR-1 tem o objetivo de melhorar significativamente a qualidade de vida dos trabalhadores, além de aumentar a produtividade e, consequentemente, os lucros das empresas. No entanto, também existe o risco de que algumas organizações optem por evitar a contratação de pessoas que apresentem fatores de estresse potencial, que ainda tenham histórico de problemas de saúde mental ou de afastamentos anteriores.
“Para prevenir esse tipo de discriminação, a fiscalização será fundamental. A NR-1 exige que as empresas criem um ambiente de trabalho seguro e saudável para todos, o que inclui a eliminação de práticas discriminatórias. Quando bem implementada, a norma pode transformar o ambiente corporativo, tornando-o mais humano, onde a produtividade é alcançada pelo bem-estar e não pela pressão excessiva”, conclui o consultor.
Foto: Reprodução
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