A guerra do Hamas contra Israel e as pessoas com deficiência
De acordo com André Naves, em um cenário de maiores barreiras sociais há um empobrecimento social
A Inclusão Social não tem ideologia. A Humanidade não tem cores políticas. Infelizmente, muitos têm sido os inescrupulosos que instrumentalizam o sofrimento humano em favor de suas ideias, preferências e preconceitos. De maneira lamentável, a violência e o autoritarismo vêm ganhando terreno e inviabilizando o diálogo e a tolerância. É uma espiral nefasta que produz exclusão, barreiras e ira.
É bem sabido que a deficiência não está relacionada à pessoa, mas sim à interação dela com as estruturas ambientais e sociais que a circundam. Dessa maneira, pessoa com deficiência é aquela que enfrenta, cotidianamente, barreiras das mais diversas, sendo excluída da participação social. Isso significa que em um cenário de maiores barreiras sociais, que excluem as individualidades mais diversas da sociedade, nós percebemos um empobrecimento social. Em outras palavras, pode-se dizer que a intolerância à diversidade resulta em sociedades menos plurais, e, assim, menos criativas e inovadoras.
Todas as vítimas da guerra devem ser lamentadas e merecem respeito!
Levando-se em conta as atrocidades cometidas pelo Hamas em 07 de outubro, além dos terríveis desdobramentos bélicos, nós podemos observar, de ambos os lados do front, o surgimento de novos ferimentos, amputações, cegueiras e doenças das mais variadas (desde a inanição até uma série de sequelas mentais), que exponenciarão a exclusão social, empobrecendo a diversidade social e aumentando o sofrimento, já enorme.
Como ficaram os ânimos israelenses após tamanha brutalidade cometida pelo Hamas? Crianças decapitadas ou queimadas vivas, assassinatos a sangue frio, estupros e torturas. Não é fácil sobreviver em tamanho cenário infernal. Como exemplo, podemos citar as crianças Ariel, de 3 anos, e Kfir, de 9 meses, ambos ainda mantidos nos calabouços imundos do Hamas. Por outro lado, e os ânimos palestinos diante de tanta destruição em Gaza? Tanta morte? Tanto sofrimento? Tamanha impossibilidade de recomeço e reconstrução?
Ao invés de equalizar barreiras, continuamos, nós humanos, construindo muros, inviabilizando a paz e excluindo todas as parcelas indesejadas de nossa sociedade.
Até quando?
Por André Naves
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