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Vaticano declara “Somente Jesus Cristo salvou o mundo” e exclui título de “corredentora” para Virgem Maria

Ao afirmar que “somente Jesus salvou o mundo”, o Vaticano reforça uma linha teológica — sobretudo após uma fase marcada por diferentes papas

Em uma decisão que revisita um dos debates mais antigos do catolicismo, o Dicastério para a Doutrina da Fé da Santa Sé publicou nesta terça-feira (04) um decreto doutrinário, aprovado pelo Papa Leão XIV, que orienta os católicos de todo o mundo a não atribuírem à Virgem Maria o título de “corredentora”.

Segundo o documento, apenas Jesus Cristo é o Redentor da humanidade, e o uso do termo “corredentora” para Maria pode gerar “confusão e um desequilíbrio na harmonia das verdades da fé cristã”.

Batizado de Mater Populi Fidelis (“Mãe do Povo Fiel”) — nota doutrinal sobre alguns títulos marianos referentes à cooperação de Maria na obra da salvação — o documento foi divulgado oficialmente pelo Vaticano e alguns pontos geraram maior destaque entre a comunidade católica:

  • Afirma que a cooperação de Maria na obra de redenção “tem uma estrutura trinitária” e ocorre por iniciativa do Pai, mediante o Filho e no Espírito Santo;
  • Reafirma o dogma de que Cristo é o único Redentor (“único Mediador entre Deus e os homens”), colocando-se Maria de forma subordinada: “Ela não é objeto de culto colocado junto a Cristo, mas inserida no mistério de Cristo”;
  • Especificamente, impede o uso do título “Corredentora” para Maria, com a justificativa de que o termo remete a uma participação igual ou equivalente à de Cristo, o que, segundo o Vaticano, seria teologicamente impreciso e ecumenicamente problemático.

Repercussão histórica e debate teológico

O tema da cooperação de Maria na redenção — e especialmente o uso de expressões como “corredentora” e “mediadora” — vem sendo debatido no interior da Igreja há séculos. Algumas datas e marcos importantes:

  • O título “corredentora” aparece em textos devocionais desde cerca do século XV, embora nunca tenha sido definido como dogma;
  • O Concílio Vaticano II (1962-65) deliberou evitar formalizar esse título, por motivos pastorais e ecumênicos;
  • Nos pontificados mais recentes:
    • Papa João Paulo II usou o termo “corredentora” em algumas ocasiões nos anos 1990, mas sua prática pública cessou na metade da década;
    • Papa Bento XVI manifestou reserva ao título, considerando-o “longe das Escrituras” e propenso a gerar mal-entendidos;
    • Papa Francisco chegou a chamar a ideia de “tolice” e afirmou que Maria foi dada como mãe, não como corredentora.

A emissão do decreto pelo Papa Leão XIV emerge como uma resposta oficial a um debate que pendia há décadas. Ao afirmar que “somente Jesus salvou o mundo”, o Vaticano reforça uma linha teológica — sobretudo após uma fase marcada por diferentes posições pontifícias — de não diluir o papel único de Cristo no mistério da redenção. Para analistas e teólogos, trata-se de um movimento de reafirmação de centralidade de Cristo e de simplificação terminológica num campo complexo e sensível da teologia mariana.

O documento deixa claro que a Igreja — enquanto corpo eclesial visível — entende necessário esclarecer os limites da cooperação de Maria, para que não se gere equívocos quanto à natureza da salvação cristã. Resta agora verificar como as dioceses, paróquias e comunidades em todo o mundo se adaptarão à nova norma.

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