Taxa de juros sobe 1 ponto e atinge 14,25% ao ano
Comunicado do Copom cita cenário externo desafiador e expectativas de alta na inflação de 2025 e 2026
O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central subiu nesta quarta-feira (19) em 1 ponto percentual a taxa básica de juros. Com a elevação, já esperada pelo mercado financeiro, a Selic atingiu 14,25% ao ano. A decisão foi unânime entre os integrantes do comitê.
Essa foi a terceira alta consecutiva e a segunda sob o comando do novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. A taxa de juros igualou o nível observado entre o final de julho de 2015 até outubro de 2016, período em que a economia brasileira amargou uma grave crise econômica e política ainda durante o governo Dilma Roussef.
Se a tendência for mantida e uma nova alta se confirmar na próxima reunião do Copom, a Selic deve atingir o maior patamar em quase 20 anos.
No comunicado divulgado pelo Copom, o comitê afirma que o ambiente externo permanece desafiador em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, principalmente pela incerteza acerca de sua política comercial e de seus efeitos. “Esse contexto tem gerado ainda mais dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed e acerca do ritmo de crescimento nos demais países”.
Ainda segundo o comunicado, os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. “O Comitê avalia que o cenário externo segue exigindo cautela por parte de países emergentes”.
Em relação ao cenário doméstico, o Copom afirma que “o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho tem apresentado dinamismo, ainda que sinais sugiram uma incipiente moderação no crescimento. A inflação cheia e as medidas subjacentes mantiveram-se acima da meta para a inflação e novamente apresentaram elevação nas divulgações mais recentes”.
O documento aponta também que “as expectativas de inflação para 2025 e 2026 apuradas pela pesquisa Focus elevaram-se de forma relevante e situam-se em 5,7% e 4,5%, respectivamente. A projeção de inflação do Copom para o terceiro trimestre de 2026, atual horizonte relevante de política monetária, situa-se em 3,9% no cenário de referência”.
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