Síndrome de Burnout: psiquiatra explica sobre o esgotamento profissional
O mundo está cada dia mais tecnológico e acelerado. Com isso, a competitividade no mercado de trabalho tende a aumentar, bem como a síndrome de…
O mundo está cada dia mais tecnológico e acelerado. Com isso, a competitividade no mercado de trabalho tende a aumentar, bem como a síndrome de Burnout, ou esgotamento profissional, condição que vêm afetando milhares de pessoas em todo o globo, prejudicando a saúde e qualidade de vida de quem sofre com essa doença.
Existe uma série de sintomas físicos e mentais que a pessoa pode manifestar quando está com esgotamento profissional. Segundo o psiquiatra do Hapvida NotreDame Intermédica, Glaydson Diego Negreiros de Matos, os profissionais mais afetados pelo Burnout são os da área da saúde, principalmente médicos e enfermeiros, seguidos por jornalistas, advogados, professores, psicólogos, policiais, bombeiros
e agentes penitenciários.
As principais consequências para os profissionais que desenvolvem a doença são exaustão emocional, estresse, esgotamento profissional e deficiência do sono.
O especialista alerta para os 12 estágios da síndrome:
1. Compulsão em demonstrar seu próprio valor – é aquela necessidade de mostrar que você sabe fazer o que está fazendo, e com excelência;
2. Incapacidade de se desligar do trabalho – checar e-mails e mensagens antes de dormir, trabalhar finais de semana (sem que seja pedido pela chefia) etc;
3. Negação das próprias necessidades – quando sono, alimentação, lazer tornam-se secundários, em nome de um bem maior;
4. Fuga de conflitos – evitar enfrentar a situação. É quando os primeiros sintomas físicos podem surgir.
5. Reinterpretação de valores pessoais – família, descanso e hobbies passam a ser vistos como coisas sem importância;
6. Negação de problemas – a pessoa se torna intolerante, enxerga os colegas de trabalho como preguiçosos, incompetentes, indisciplinados e pode haver aumento da agressividade;
7. Distanciamento da vida social – a vida social passa a ser restrita ou, até mesmo, inexistente, e o trabalho é feito de maneira automática;
8. Mudanças estranhas de comportamento – a pessoa torna-se muito diferente do que costumava ser. As alterações são notórias tanto para a família como para os amigos;
9. Despersonalização – não é possível enxergar o próprio valor nem necessidades, bem como das pessoas ao redor;
10. Vazio interno – para amenizar o desconforto, muitos recorrem às drogas, álcool ou compulsão alimentar;
11. Depressão – o futuro parece incerto, perde o sentido. É comum o sentimento de estar perdido, cheio de incertezas;
12. Síndrome de Burnout (ou esgotamento) – há um colapso mental e físico, assim como pensamentos suicidas. Quem chegou até aqui, precisa de ajuda médica imediata.
Não é nada simples identificar a Síndrome de Burnout, por isso é importante procurar o diagnóstico de um profissional de saúde mental que, quanto antes detectar o problema, mais cedo conseguirá iniciar o tratamento correto, evitando o agravamento da doença e suas consequências.
O tratamento da Síndrome de Burnout é feito basicamente com psicoterapia, mas também pode envolver medicamentos (antidepressivos e/ou ansiolíticos). Normalmente esse tratamento surte efeito entre um e três meses, mas pode perdurar por mais tempo, conforme cada caso.
“A atividade física regular e os exercícios de relaxamento devem ser rotineiros, para aliviar o estresse e controlar os sintomas da doença. Após diagnóstico médico, é recomendado que a pessoa tire férias e desenvolva atividades de lazer com pessoas próximas, como amigos, familiares, cônjuges etc. Mudanças nas condições de trabalho e, principalmente, nos hábitos e estilo de vida devem ser tomadas”, adverte o psiquiatra.
As consequências desse esgotamento que afeta tantos profissionais podem ser destrutivas para a pessoa e para a empresa, pois, além dos problemas crônicos como depressão e ansiedade que podem causar pensamentos suicidas, a companhia terá que lidar com a redução na produtividade daquele profissional e, talvez, uma maior rotatividade de colaboradores, afetando o clima organizacional do lugar.
A síndrome de Burnout é um problema sério que requer atenção dos empregados e empregadores. É importante identificar e fazer o tratamento corretamente, pois existe cura, entretanto é fundamental buscar ajuda profissional.
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