Problemas cardíacos crescem entre jovens e têm relação direta com saúde mental
Especialistas alertam: estresse e uso de hormônios podem ser tão nocivos ao coração quanto o cigarro
As doenças cardiovasculares continuam sendo a principal causa de morte no Brasil, mas um dado recente tem preocupado ainda mais médicos e especialistas: o número de jovens, especialmente homens com menos de 40 anos, que sofrem infartos e complicações no coração está aumentando.
Segundo a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), as internações masculinas por problemas cardíacos cresceram 158% nas últimas duas décadas, muitas delas em caráter de urgência. Casos antes restritos a pacientes de 60 anos agora são registrados com frequência em indivíduos na faixa dos 30.
Entre os fatores de risco mais apontados estão o estresse crônico, a depressão, o uso abusivo de drogas e anabolizantes, além de hábitos nocivos como má alimentação, sedentarismo e tabagismo. “A emoção é um gatilho real, um fator de risco tão importante quanto o cigarro”, destaca o cardiologista Sergio Timerman, do InCor.
A relação entre saúde mental e infartos é clara: o Brasil lidera o ranking mundial de impacto do estresse no risco de infarto, com 44% dos casos relacionados à sobrecarga emocional, segundo o estudo internacional InterHeart. Além disso, o uso indiscriminado de testosterona para fins estéticos tem se tornado um inimigo silencioso do coração, elevando o colesterol e favorecendo arritmias.
Apesar do cenário alarmante, especialistas reforçam que grande parte desses casos pode ser evitada com mudanças de estilo de vida, exames preventivos e atenção à saúde mental.
Praticar atividade física regularmente, controlar a circunferência abdominal, adotar uma alimentação equilibrada e buscar acompanhamento médico são medidas simples que podem salvar vidas.
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