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Primeira morte por alergia à carne, causada após picada de carrapato, é confirmada

A síndrome alfa-gal ocorre quando o organismo desenvolve sensibilidade a uma molécula de açúcar presente na carne de mamíferos

Confirmado o primeiro caso de morte provocado pela síndrome alfa-gal, uma forma de alergia à carne que pode surgir após picadas de carrapatos. O relato, publicado no Journal of Allergy and Clinical Immunology na quarta-feira (12), descreve a história de um piloto de avião de 47 anos, morador de Nova Jersey, nos Estados Unidos.

A síndrome alfa-gal ocorre quando o organismo desenvolve sensibilidade a uma molécula de açúcar presente na carne de mamíferos. Essa sensibilização costuma acontecer depois da picada do carrapato conhecido como “estrela solitária”, comum na região leste dos EUA.

De acordo com os pesquisadores, os primeiros sintomas apareceram após um acampamento em família, no verão de 2024. Em uma das noites, todos jantaram bife. Horas depois, o piloto começou a sentir forte desconforto abdominal, náuseas, vômitos e diarreia.

A dor era tão intensa que, segundo a família, ele chegou a se contorcer no chão. Recuperado no dia seguinte, comentou com um dos filhos que, durante a crise, achou que fosse morrer.

Cerca de duas semanas mais tarde, durante um churrasco, o homem voltou a consumir carne. Por volta das 15h, comeu um hambúrguer e seguiu o dia normalmente. Aproximadamente quatro horas e meia depois, um dos filhos o encontrou desacordado no chão do banheiro, com sinais de vômito ao redor.

O serviço de emergência foi acionado às 19h37. As manobras de reanimação cardíaca se estenderam por cerca de duas horas, inclusive durante o transporte ao hospital. Às 22h22, o óbito foi confirmado.

Inicialmente, a autópsia classificou o caso como morte súbita inexplicável. A família, no entanto, desconfiou que a alergia ligada ao consumo de carne pudesse ter contribuído para o desfecho.

Como a síndrome foi confirmada?

Diante das dúvidas, a esposa do piloto procurou a pediatra Erin McFeely, amiga da família. As duas levantaram a hipótese de síndrome alfa-gal e buscaram orientação com o pesquisador Thomas Platts-Mills, da Universidade da Virgínia, responsável por identificar essa alergia anos atrás.

Após análise do caso e realização de exames, Platts-Mills concluiu que o piloto morreu em decorrência de uma reação alérgica grave desencadeada pelo consumo de carne.

Embora não houvesse marcas evidentes de picadas recentes, a esposa relatou que o marido apresentava várias lesões nos tornozelos, semelhantes a picadas de carrapato. De acordo com o estudo, essas lesões eram compatíveis com larvas do carrapato estrela solitária.

As larvas carregam a molécula alfa-gal em sua saliva e podem sensibilizar o organismo, provocando desde quadros de desconforto gastrointestinal até reações mais graves, como anafilaxia.

Alerta para sintomas e prevenção

Atualmente, o único tratamento conhecido para quem desenvolve a síndrome é evitar completamente a carne vermelha e outros produtos derivados de mamíferos.

Platts-Mills reforça que crises de dor abdominal intensa, surgidas entre três e cinco horas após o consumo de carne, não devem ser ignoradas e precisam ser investigadas como possível reação alérgica.

Ele também chama atenção para picadas que coçam por mais de uma semana, especialmente em áreas onde o carrapato estrela solitária é comum. Essas lesões podem indicar maior risco de sensibilização à molécula alfa-gal.

A recomendação é procurar atendimento médico sempre que crises gastrointestinais graves aparecerem de forma inesperada após a ingestão de carne ou outros produtos de origem mamífera, para que a suspeita de síndrome alfa-gal seja avaliada e acompanhada adequadamente.

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