Pessoas solitárias têm o dobro de risco de desenvolver Alzheimer, aponta pesquisa
A solidão contribui para menos estímulos cognitivos, aumentando a vulnerabilidade ao declínio mental
A solidão não é apenas um fator emocional preocupante, mas também uma questão séria de saúde pública, especialmente entre idosos. Um estudo publicado em outubro de 2024 na revista Nature Mental Health mostrou que indivíduos que vivem sozinhos ou enfrentam solidão têm até o dobro de risco de desenvolver a doença de Alzheimer e outras formas de demência, quando comparados a pessoas mais integradas socialmente.
A pesquisa, conduzida por um grupo internacional de cientistas e liderada pela Florida State University, analisou dados de mais de 600 mil pessoas em 21 estudos longitudinais. Os resultados indicaram que a solidão está associada a um aumento médio de 31% no risco de demência e, em casos extremos, pode até dobrar a probabilidade de Alzheimer. A solidão afeta não apenas o bem-estar emocional, mas também processos cognitivos e a saúde cerebral de longo prazo.
Como a solidão contribui para o Alzheimer?
Os pesquisadores explicam que a solidão crônica pode desencadear respostas ao estresse que afetam negativamente o cérebro. O isolamento social tem sido associado a inflamações no sistema nervoso, alterações na conectividade neural e na capacidade de formação de memória. Além disso, indivíduos solitários podem ter menos estímulos cognitivos, aumentando a vulnerabilidade ao declínio mental.
O impacto da pandemia de COVID-19, que intensificou o isolamento social, foi citado como um fator agravante dessa situação. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o isolamento social deve ser visto como uma crise de saúde pública que exige intervenções urgentes.
Especialistas destacam a importância de iniciativas comunitárias e políticas públicas que incentivem o engajamento social e o suporte a pessoas idosas. Estratégias como visitas regulares, programas de voluntariado e atividades sociais podem reduzir o risco de solidão e, consequentemente, de demência.
O estudo completo foi publicado na Nature Mental Health: DOI 10.1038/s44220-024-00328-9.
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