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Pela 1ª vez, uniões consensuais superam casamento civil e religioso

Pela primeira vez na história, o número de brasileiros que vivem juntos sem formalizar o casamento superou o de casamentos civis e religiosos. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta quinta-feira (06), as uniões consensuais — aquelas em que o casal mora junto sem registro em cartório ou cerimônia religiosa — representaram 38,9% das relações conjugais em 2022. Já os casamentos formalizados somaram 37,9%.

Em 2000, o cenário era o oposto: quase metade dos casais vivia em casamentos civis e religiosos, enquanto pouco mais de um quarto estava em uniões consensuais.

De acordo com o IBGE, a tendência é mais forte entre os jovens. Na faixa etária de 20 a 29 anos, quase um quarto dos casais vive em união consensual, enquanto apenas 5,8% optam pelo casamento formal. A renda também influencia: entre pessoas que ganham até um salário mínimo, a união consensual é a forma mais comum. O levantamento mostra ainda que fatores religiosos interferem nesse comportamento — 62,5% dos casais sem religião vivem em união consensual, enquanto entre católicos esse percentual é de 40,9% e entre evangélicos, 28,7%.

Para a pesquisadora do IBGE Luciane Barros Longo, o fenômeno ainda está fortemente ligado à juventude e às classes de menor renda. Segundo ela, a informalidade nas relações é reflexo tanto das mudanças sociais quanto da maior aceitação desse modelo de convivência. Além disso, decisões judiciais recentes contribuíram para o avanço desse tipo de união.

Já no Vale do Paraíba, o crescimento das uniões consensuais segue um ritmo ainda mais acelerado que a média nacional. De acordo com levantamento publicado pelo O Vale, o número de casais que vivem juntos sem casamento formal cresceu oito vezes mais do que o de casamentos civis e religiosos nos últimos anos. Em 2010, a região registrava 266.572 uniões consensuais, o equivalente a 26,88% do total de relações conjugais. Já em 2022, esse número saltou para 330.347, ou 28,65% das uniões — um aumento de 24%.

Em São José dos Campos, os casamentos cresceram apenas 1,85%, caindo de 61% para 54% da participação total, enquanto as uniões consensuais aumentaram 26,37%, alcançando 25,61% das relações. Já em Taubaté, as uniões informais cresceram 35,8%, passando a representar 26,34% das relações, enquanto os casamentos formais subiram apenas 6,2%.

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