Padre Márlon Múcio recebe alta após 14 dias internado em São José dos Campos

O padre Márlon Múcio, de Taubaté, recebeu alta hospitalar na noite de quinta-feira (16) após 14 dias de internação. O religioso, que sofre de Deficiência do Transportador de Riboflavina (RTD) — uma doença rara que exige a ingestão diária de 315 comprimidos — estava internado desde o dia 3 de outubro por complicações na traqueostomia.

Durante o período, o sacerdote precisou ser levado à UTI após sentir dores intensas e dificuldade para respirar. O atendimento foi realizado em um hospital de São José dos Campos.

Esta foi mais uma de uma série de internações enfrentadas por ele em 2024: em setembro, o padre passou duas vezes pela UTI, por 11 e 8 dias; e em maio, permaneceu internado por 16 dias. O caso tem chamado atenção nacional pela raridade da doença e pela complexidade do tratamento.
Fundador do Hospital Nossa Senhora dos Raros, o único do país voltado exclusivamente a pacientes com doenças raras, padre Márlon precisou suspender eventos beneficentes durante o período de recuperação. Além de sacerdote, ele é autor de 45 livros, fundador da Comunidade Missão Sede Santos e protagonista do filme “Milagre Vivo”, que retrata sua trajetória de fé e superação diante da RTD.

Diagnosticado aos 45 anos, o religioso é o paciente mais velho com a doença no Brasil. Os primeiros sintomas surgiram ainda na infância, aos sete anos, com perda auditiva, evoluindo ao longo dos anos para dificuldades de mastigação e problemas respiratórios, o que exige o uso contínuo de respirador.

Nas redes sociais, o padre celebrou o retorno para casa com uma mensagem de gratidão:
“Voltei para casa, família amada. Estou sem dor. Cada respiro é um obrigado, Senhor.”