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O que uma bomba nuclear pode fazer? Entenda os efeitos da explosão  

Saiba o que acontece nos primeiros segundos da explosão, como funcionam as tecnologias de medição e simulação e os efeitos da radiação

Por Portal Aqui Vale

A ameaça de bombas nucleares voltou ao debate público a partir do início dos conflitos entre Rússia e Ucrânia e as tensões crescentes entre Israel e Irã. Bombas nucleares já foram usadas em combates somente duas vezes, em 1945, durante a Segunda Guerra Mundial.  

Na ocasião, as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki foram bombardeadas, e culminaram, além da rendição do país no conflito, em centenas de mortes e destruição em massa.  

Pensando nisso, o site TechTudo entrevistou o físico brasileiro Luciano Ricco, pós-doutorando na Universidade de Reykjavík, na Islândia, para saber mais sobre o assunto.  

Calor, radiação e onda de choque 

Tudo começa com reações de fissão ou fusão nuclear. A fissão nuclear é um processo em que um núcleo atômico pesado, como o de urânio ou plutônio, é dividido em núcleos menores após ser atingido por um nêutron.  

Essa divisão libera uma grande quantidade de energia, além de novos nêutrons, que podem desencadear uma reação em cadeia se controlada. A fissão é amplamente utilizada em reatores nucleares para gerar eletricidade, aproveitando o calor produzido pela reação.  

No entanto, também é a base das armas nucleares, onde a reação em cadeia ocorre de forma descontrolada, liberando energia devastadora. 

Já a fusão nuclear ocorre quando núcleos atômicos leves, como os de hidrogênio, se unem sob condições extremas de temperatura e pressão, formando um núcleo mais pesado, como o hélio, e liberando uma quantidade ainda maior de energia.  

Esse processo é o que alimenta o sol e outras estrelas, onde a gravidade cria as condições necessárias para superar a repulsão entre os núcleos. Embora a fusão seja mais limpa e produza menos resíduos radioativos que a fissão, sua reprodução em escala comercial ainda é um desafio devido à dificuldade de manter as altíssimas temperaturas e pressões requeridas. 

Segundo as informações de Ricco para o site TechTudo, “a maioria das bombas armazenadas hoje usa fissão, mas as bombas mais potentes, como as termonucleares, combinam fissão com fusão… e a reação nuclear acontece em menos de um milésimo de segundo”. 

A energia liberada atinge temperaturas superiores a 10 milhões de graus Celsius, comparáveis às do interior do Sol. Isso aquece o ar ao redor e forma a bola de fogo incandescente. Ademais, essa esfera luminosa pode causar queimaduras graves a vários quilômetros de distância do ponto de impacto. 

Logo em seguida, o ar se expande de forma violenta, gerando uma onda de choque supersônica. A pressão é tão alta que edifícios desabam instantaneamente e pessoas próximas podem ser arremessadas ou mortas antes mesmo de ouvirem a explosão.  

Ricco afirmou na entrevista que “a radiação térmica chega antes da onda de choque, o que significa que as pessoas podem ver o clarão e sofrer queimaduras antes de ouvirem qualquer som.” 

Radiação 

Além do calor e da pressão, uma explosão nuclear libera radiação ionizante. Esse tipo de radiação é perigoso porque altera as estruturas atômicas do corpo humano.  

A radiação se divide em três tipos principais: gama, beta e alfa. A gama é a mais penetrante e afeta o DNA. A beta é perigosa se inalável. E a alfa, embora menos penetrante, é tóxica quando ingerida. Após a explosão, ocorre o fallout radioativo, a famosa “chuva radioativa”, que pode contaminar regiões inteiras por décadas. 

Como detectar uma explosão nuclear no mundo real? 

Apesar dos tratados de não proliferação, o mundo é constantemente monitorado contra explosões atômicas. Sensores sísmicos espalhados pelo planeta conseguem distinguir testes nucleares subterrâneos de terremotos comuns. Satélites com sensores infravermelhos detectam o clarão e o calor gerado pela explosão. Também existem sistemas de detecção atmosférica que identificam partículas radioativas, como o gás xenônio-133. Toda essa estrutura alimenta bancos de dados e sistemas automatizados, que geram alertas quase em tempo real. 

Simulações de bomba sem explosão: como a ciência prevê o impacto 

Hoje, os testes nucleares reais são proibidos por acordos como o Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares, o CTBT (The Comprehensive Nuclear-Test-Ban Treaty) . Por isso, países usam simulações computacionais avançadas para prever os efeitos de uma bomba. Supercomputadores calculam, com base em dados antigos, como se comportaria uma explosão em diferentes cenários. 

Algumas simulações usam materiais substitutos, que imitam o comportamento de urânio ou plutônio, sem causar explosões reais. São os chamados testes subcríticos. 

Como se proteger de um ataque nuclear 

Em caso de ameaça nuclear, existem protocolos de defesa civil. Governos mantêm planos de evacuação, abrigos subterrâneos e sistemas de alarme. Em algumas cidades, locais reforçados foram projetados para proteger a população contra radiação e calor. 

A informação e o preparo psicológico são fundamentais. Além da proteção física, também é preciso planejamento urbano, gestão de crises e coordenação internacional para mitigar os danos. 

Foto: Reprodução  

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