Nova York processa gigantes da tecnologia por incentivarem vício digital entre crianças
Município acusa plataformas de redes sociais de contribuírem para crise de saúde mental infantil e estimular consumismo precoce
A cidade de Nova York entrou com uma ação judicial contra algumas das maiores empresas de tecnologia do mundo, entre elas Meta, TikTok, YouTube e Snapchat, sob a acusação de estimular comportamentos viciantes em crianças e adolescentes. O governo municipal alega que as plataformas usam estratégias psicológicas para manter os jovens conectados pelo maior tempo possível, colocando o lucro acima do bem-estar do público infantil.
Segundo a denúncia, o tempo de exposição às telas entre crianças cresceu mais de 50% desde a pandemia, o que estaria afetando diretamente a saúde mental e o desempenho escolar. A ação cita consequências como ansiedade, privação de sono e isolamento social, além de práticas perigosas influenciadas por desafios on-line, como o subway surfing, em que adolescentes se arriscam sobre vagões de metrô em movimento. Duas jovens teriam morrido recentemente ao tentar reproduzir o desafio.
O processo também chama atenção para o crescimento do consumismo infantil nas redes sociais, alimentado por conteúdos de influenciadores mirins que exibem roupas, maquiagens e produtos em vídeos curtos. Plataformas que promovem grandes varejistas, como Shein, Temu e Amazon, são apontadas por facilitar o acesso a compras sem controle parental, tornando a exposição ainda mais preocupante.
Com a ação, Nova York busca responsabilizar legalmente as empresas de tecnologia e reacende o debate sobre a influência das redes sociais no desenvolvimento infantil, cobrando limites mais claros entre entretenimento, publicidade e proteção da infância no ambiente digital.
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