No Dia Nacional de Combate ao Fumo, médico oncologista alerta para os riscos dos vapes

Nesta quinta-feira (29) é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo, que traz um alerta muito importante sobre os riscos do tabagismo e os benefícios de abandonar o cigarro. Neste ano a data vem com um desafio extra: a necessidade de alertar para os riscos dos cigarros eletrônicos, também conhecidos como vapes.

“Os cigarros eletrônicos passam a falsa sensação de que não são tão tóxicos, mas eles trazem muito prejuízo. Já temos casos de jovens que com pouco tempo de uso já têm problemas pulmonares inflamatórios. Isso sem falar que muitas vezes esses dispositivos são uma porta de entrada para os cigarros tradicionais”, alerta o oncologista clínico do Instituto de Oncologia do Vale, Dr. Henrique Zanoni Fernandes.

A preocupação do médico é justificada por uma pesquisa do Instituto Nacional do Câncer (INCA), de 2021, que indica que os vapes aumentam mais de três vezes o risco de experimentação do cigarro convencional.

De acordo com o médico, vale ressaltar que esses dispositivos eletrônicos para consumo de tabaco expõem o organismo a uma variedade de elementos químicos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), muitos liberam em seu vapor mais de 80 substâncias cancerígenas e metais pesados, substâncias potencialmente causadoras de diversos cânceres, além de doenças pulmonares e cardiovasculares.

Além disso, o tabagismo continua sendo o maior responsável pelo câncer de pulmão em todo o mundo. Em 2023, conforme dados do INCA, 73.500 pessoas foram diagnosticadas com algum tipo de câncer provocado pelo fumo no país e 428 pessoas morrem diariamente por conta dele. A entidade aponta ainda que mais de 156 mil mortes poderiam ser evitadas anualmente se o tabaco fosse abolido.

O consumo de tabaco contribui para o aumento no risco de ocorrência de ao menos 12 tipos de câncer, entre eles, bexiga, pâncreas, fígado, do colo do útero, esôfago, rim e ureter, laringe (cordas vocais), na cavidade oral (boca), faringe (pescoço), estômago e cólon, leucemia mielóide aguda. Além disso, o hábito está relacionado a formas mais graves de infecção pelo vírus da Covid.

“Estes dados, reforçam a importância de combater todas as formas de consumo do tabaco, pois independentemente se ele é consumido por meios tradicionais como os cigarros convencionais, cachimbos e narguilés ou pelos meios tecnológicos como os vapes que são tão atrativos para os jovens, ele causa danos e aumenta consideravelmente os riscos de desenvolver câncer”, conclui Dr. Henrique.

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