Movimento antivacina chega ao mundo pet e acende alerta entre especialistas
Resistência à imunização de cães e gatos cresce e ameaça reverter avanços contra doenças graves
Foto: Reprodução
O movimento antivacina, que se espalhou nos últimos anos, começa a ganhar espaço também entre os donos de animais de estimação. Cada vez mais veterinários relatam casos de tutores que recusam ou adiam a aplicação de vacinas essenciais em cães e gatos, mesmo contra doenças graves e potencialmente fatais, como raiva, parvovirose e leptospirose.
Pesquisas recentes confirmam a tendência. Um levantamento realizado em 2023 revelou que 52% dos donos de pets demonstravam algum grau de incerteza quanto à segurança, à eficácia ou à real necessidade das vacinas. Já um estudo de 2024 estimou que cerca de um quarto dos tutores se encaixa no grupo dos hesitantes, com 22% entre donos de cães e 26% entre donos de gatos.
O avanço dessa resistência preocupa profissionais de saúde animal. Isso porque, doenças que estavam controladas ou praticamente erradicadas podem voltar a circular e colocar em risco animais e seus tutores.
Antes das campanhas de vacinação em massa do século passado, a maioria dos casos de raiva humana nos Estados Unidos era causada por mordidas de cães infectados.
Especialistas apontam que a hesitação em vacinar surge, em grande parte, da disseminação de desinformação nas redes sociais. Nesses espaços, os riscos de possíveis efeitos colaterais costumam ser amplificados, enquanto os perigos reais das doenças são minimizados. O resultado pode ser uma queda nas taxas de imunização, o aumento de infecções evitáveis e, em última instância, uma ameaça à saúde pública.
Existe o receio de que essa desconfiança chegue também às leis. Em alguns estados dos Estados Unidos, regras sobre vacinação humana já foram flexibilizadas, e especialistas temem que o mesmo aconteça com as vacinas de cães e gatos, o que poderia aumentar o risco de surtos e doenças.


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