Morre Luís Fernando Veríssimo, um dos escritores mais lidos do Brasil

O escritor, cronista e humorista Luís Fernando Veríssimo faleceu na madrugada deste sábado (30) em Porto Alegre, aos 88 anos. Ele estava internado na UTI do Hospital Moinhos de Vento desde o início de agosto, acometido por pneumonia, e enfrentava desde antes problemas como doença de Parkinson, complicações cardíacas — que exigiram implante de marcapasso em 2016 — e sequelas de um AVC em 2021.

Veríssimo deixa a esposa Lúcia Helena Massa, com quem era casado desde 1963, três filhos e dois netos.

Nascido em 26 de setembro de 1936, em Porto Alegre, Luís Fernando Veríssimo era filho do renomado escritor Érico Veríssimo.

Sua infância foi parcialmente vivida nos Estados Unidos, onde se interessou por jazz e aprendeu a tocar saxofone, paixão que manteve ao longo da vida.

Retornou ao Brasil em 1956, ingressou no jornalismo como revisor no Zero Hora e logo passou a atuar como tradutor e redator publicitário no Rio de Janeiro.

Sua estreia literária ocorreu em 1973 com o livro O Popular, coletânea de crônicas inicialmente publicadas em jornais.

Ao longo da carreira, lançou dezenas de livro, dentre crônicas, contos, romances e quadrinhos, tornando-se um dos autores mais populares da literatura brasileira contemporânea.

Entre as criações mais icônicas de Veríssimo, destaca-se a Velhinha de Taubaté, descrita como “a única pessoa que ainda acredita no governo”. Criada em 1983, como resposta à Ditadura Militar — e depois resgatada para satirizar a credibilidade dos presidentes civis — a personagem deu voz fina a uma crítica social feita intimamente por todos os brasileiros.

Outros personagens célebres foram o Analista de Bagé e Ed Mort, além das irreverentes tiras As Cobras

Através de personagens como a Velhinha de Taubaté, Veríssimo exercia uma crítica sagaz sobre os acontecimentos do Brasil e fez mais do que literatura de qualidade: ensinou o amor pela leitura por meio do humor, da crítica e do livre pensamento.