MINHAS REFLETISSES – RARIDADE
Ah como é bom voltar a escrever, afinal foi onde tudo começou com o Tapa Olho Experimental em 2012. Quando lancei meu blog com “MINHAS…
Ah como é bom voltar a escrever, afinal foi onde tudo começou com o Tapa Olho Experimental em 2012.
Quando lancei meu blog com “MINHAS REFLETISSES”, onde eu contava minhas visões coisadas sobre algum tema do momento ou algo que eu tinha vivido nesse nosso Vale do Paraíba.
E aqui estou de novo, escrevendo, e dessa vez com a missão de ser colunista, a convite do AQUI VALE, que me honrou em fazer parte de um grande time e de um portal que promete de fato levar notícias relevantes de forma séria, diferente de mim que só quero trazer coisas coisadas do meu dia-dia sem nenhuma seriedade, afinal, essa é a minha profissão.
E minha missão é levar alegria, e sabemos que fazer humor hoje em dia sem polêmicas e assuntos extremos é quase uma raridade, mas se tem alguém que sabe de coisas raras, esse alguém sou eu. Óia pucevê que arrogância de afirmação é essa né?!
Bom, se você não sabe, eu de fato não enxergo do meu olho direito. Não enxergo nada. Tive uma rara doença nos olhos chamada toxoplasmose. Doença essa, que eu nunca tinha ouvido falar, e se ouvi provavelmente eu achei que era marca de calça Jeans. Repita comigo a frase: “Ontem eu comprei uma calça da Toxoplasmose”, viu?! Não faz sentido?!
Mas continuando, com 18 anos eu perdi totalmente minha visão do olho direito, que fez com que eu olhasse (ironia do destino) o mundo Valeparaibano de outra forma, onde criei o personagem Tapa Olho Experimental e assim fui seguindo minhas sequências no pódio das raridades, como a vez que estourei meu tímpano dando mergulho, ou da vez que passei a tarde conversando com o Guitarrista do Caetano Veloso e que depois de 2 horas de papo, ele me disse que nunca tinha tocado guitarra na vida, e que eu estava o confundindo.
E assim fui seguindo colecionando raridades de momentos esquisitos, como a que me aconteceu na semana passada, onde uma barata entrou em meu ouvido.
Bom, era domingo, tinha acabado de chegar de uma festa interminável de um amigo que fez aniversário e como bom aquariano, ele sentiu o desejo de fazer de uns simples parabéns um grande Woodstock Taubateanesco em uma roça com bebidas, comidas, lagos, barracas e lama a vontade.
Como não sou de recusar, me esbaldei e fiquei ligeiramente me sentindo um corredor no fim de uma São Silvestre.
E esse corredor chamado eu, chegou em casa, tomou seu banho, dei banho na filha, e deitou-se em seu amável sofá para enfim sentir a calma e o processo Doralgina que só a nossa casa tem.
Até que uma barata, que já tinha sido branca, meio amarela, como se fumasse um maço de Derby só na parte da manhã, resolveu pousar em minha pequena e amistosa orelha.
Como qualquer reação de uma pessoa tranquila eu disse: Sai daqui seu monstro.
E segui me estapeando até chegar a empurrar ela para dentro de meu ouvido.
E lá ela não só ficou, como queria cada vez mais adentrar em meu ouvido, e não contente, fazia questão de bater suas asas de 15 em 15 segundos.
Agora eu te digo, que nenhuma das raridades de momentos que tive na vida me trouxe tantas possibilidades de palavrões. Gastei todos primeiramente em pensamento, afinal minha filha estava comigo, e eu precisava acalma-la, mas o que eu gostaria mesmo era que ela me pegasse no seu colo de 6 anos e me cantasse qualquer música do Palavra Cantada para acalmar meus pensamentos que tinha como síndico uma barata patrocinada pelo Derby.
Com muito esforço liguei para meu irmão que me buscou e me levou ao pronto socorro de Taubaté, aonde cheguei, aí sim verbalizando aqueles palavrões em alto e bom som para todos ouvirem, já que minha filha havia ficado no carro com minha cunhada.
Confesso que aqueles palavrões me aliviavam de alguma forma, e gastei tantos palavrões que acho que soltei até um em italiano. Tudo isso por conta da maior agonia e aflição da minha vida.
Com o mínimo de lucidez que restava, vi que ali tinham bastante pessoas para serem atendidas e acabei pensando, que se alguma dessas pessoas me reconheceu por conta do meu trabalho, com certeza elas afirmaram: Sabia que esse Tapa Olho não batia bem da cabeça.
O que não é nenhuma raridade, pois é um dos maiores elogios pejorativos que mais ouço: “Você não bate bem né?!”.
Pode até ser, mas quem batia muito bem eram as asas da barata no meu cérebro, sim, dentro do meu sentimento, a barata já estava sentada no meu tronco encefálico assistindo meus pensamentos numa tv apoiada no meu córtex frontal.
Eu sentia que cada vez que eu me aproximava mais do médico, mais a barata festejava em minha cabeça, como se estivesse no aniversário woodstokiano do meu amigo, com direito a bebidas, comidas, lagos, barracas e lama (Eu acho que meu cérebro é meio assim também).
E após alguns minutos de espera, que mais me pareceram um semestre, o médico com sua calma retirou a barata Derby do meu cerebelo.
Eu quis beijar o médico, mas me segurei pois o bigode dele com um tom amarelado, me lembrava a querida Derby, que querendo ou não, quando a vi, não quis matá-la, quis apenas que ela vivesse mais, pois acredito que a experiência para ela, também não foi boa. Não por ter entrado em um ouvido sem saída, mas por ter descoberto como é estar dentro da minha cabeça. Tadinha.
Mas enfim, essa rara sensação, de todo esse momento intenso, raivoso, palavrônico e agoniante, eu não desejo pra ninguém. Espero que até o fim da minha vida, só eu tenha acesso a minha cabeça.
Espero que a Derby esteja bem.
Júnior Guimarães (Tapa Olho Experimental)
Esse tapaolho deve ser meu irmão gêmeos só acontece coisa coisada com ele kkk.nao bate bem da cabeça coitado.quem me conhece fala a mesma coisa