Megaoperação no Rio deixa ao menos 64 mortos e moradores relatam dezenas de corpos encontrados

Uma megaoperação das polícias Civil e Militar, realizada na terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha, deixou pelo menos 64 pessoas mortas, entre elas quatro policiai, e resultou em mais de 80 prisões, segundo balanços oficiais.

Durante a noite e a madrugada, moradores do Complexo da Penha informaram que dezenas de corpos foram levados à Praça São Lucas, em área de mata próxima às comunidades. Essas ocorrências estão sendo registradas pela imprensa local, mas a autoridade policial afirma que os corpos ainda precisam ser periciados e não foram necessariamente incluídos no balanço oficial até a confirmação pericial.

A operação, parte da chamada “Operação Contenção”, mobilizou cerca de 2,5 mil agentes e teve como objetivo cumprir mandados de prisão contra lideranças e grupos armados ligados ao Comando Vermelho. As forças de segurança também registraram apreensões de fuzis e grande quantidade de drogas, conforme comunicados oficiais e boletins.

Em resposta à ação, criminosos promoveram retaliações em várias áreas da cidade, colocando ônibus e carros como barricadas em vias expressas e afetando trânsito e transporte. Universidades e escolas suspenderam aulas em áreas próximas enquanto a cidade viveu horas de tensão. Organizações de direitos humanos e o Alto Comissariado da ONU pediram investigação rápida e independente sobre a letalidade da ação.

O Ministério Público Federal e a Defensoria Pública cobraram esclarecimentos do governo do Estado sobre a operação e afirmaram que vão acompanhar a apuração para verificar se foram seguidos protocolos e se houve excesso. Autoridades estaduais dizem que a ação foi planejada e necessária para desarticular núcleos armados. O caso segue em investigação e os números podem ser atualizados à medida que perícias e relatórios oficiais forem concluídos.