Lula deve anunciar Guilherme Boulos como novo ministro
De acordo com informações divulgadas pela Folha de São Paulo, a troca substituiria Márcio Macêdo no comando da pasta, considerada estratégica para o diálogo entre governo e movimentos sociais
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve confirmar a escolha do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) como novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República nos próximos dias, após retornar de sua viagem oficial aos Estados Unidos. A informação foi divulgada pela Folha de S.Paulo e confirmada por interlocutores do governo.
A mudança significará a saída de Márcio Macêdo, atual titular da Secretaria-Geral, pasta responsável pela interlocução do Palácio do Planalto com movimentos sociais, entidades sindicais e setores da sociedade civil. Considerada estratégica dentro da Esplanada dos Ministérios, a secretaria já teve nomes históricos no comando, como Luiz Dulci e Gilberto Carvalho, durante gestões anteriores do PT.
A escolha de Boulos é vista como um gesto político de Lula em direção ao PSOL e aos movimentos sociais organizados, especialmente o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), do qual o deputado é uma das principais lideranças. A nomeação também ocorre em um momento de preparação do campo progressista para as eleições de 2026, em que o governo busca fortalecer sua base social e institucional.
Segundo aliados, Lula já vinha discutindo internamente a mudança desde agosto. A avaliação no Planalto é que a entrada de Boulos no primeiro escalão reforça a narrativa de proximidade com a militância, além de dar maior protagonismo a uma das figuras mais expressivas da nova geração da esquerda brasileira.
No Congresso, a ida de Boulos para o ministério abre espaço para rearranjos na bancada do PSOL. Internamente, também há expectativa sobre como ele conciliará a função ministerial com seu papel de liderança nacional e eventual candidato a cargos majoritários no futuro.
Além disso, o movimento pode gerar resistência de setores mais moderados do Centrão, que veem com cautela o fortalecimento de lideranças ligadas a movimentos sociais considerados mais combativos. Ainda assim, auxiliares de Lula apostam que a escolha não deve comprometer a governabilidade, uma vez que a pasta não lida diretamente com a articulação do Congresso, papel que segue sob responsabilidade da Casa Civil e da Secretaria de Relações Institucionais.
Próximos passos
A oficialização do nome de Boulos deve ocorrer logo após o retorno de Lula dos Estados Unidos, previsto para esta semana. Até lá, o Palácio do Planalto evita confirmar a troca, mas parlamentares da base governista já tratam a mudança como definida.
Se confirmada, a nomeação marcará a entrada de Boulos em um cargo executivo de grande relevância, consolidando seu espaço na política nacional e ampliando sua visibilidade na cena pública.
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