O prédio abandonado no Jardim Aquarius, localizado na Avenida Tubarão, próximo a Avenida Cassiano Ricardo, em São José dos Campos, pode ser demolido por implosão. A medida ainda não foi aprovada pela Prefeitura e está em fase de apresentação aos moradores.
A estrutura foi erguida há mais 15 anos para abrigar um hotel. Durante a construção dele, o projeto foi alterado para que fosse um prédio comercial. A obra não foi concluída.
A construtora que está à frente da contratação de empresas especializadas para a demolição é a Esdras Construtora. Manoel Jorge Diniz Dias, conhecido como “Manezinho da Implosão”, está realizando os estudos e a documentação. Segundo informações, já saiu o alvará de demolição do prédio.
Moradores das proximidades estão com medo da implosão. Helder disse que Manezinho está realizando palestras em todos os condomínios para explicar como é realizada a técnica, mas que mesmo assim, não se sente seguro com a medida.
“Eu fiquei apavorado, porque eu acho que é muito próximo. E eu comecei a agilizar para gente tentar deixá-los não implodirem o prédio”, diz Helder Macedo, proprietário de um imóvel próximo ao prédio abandonado.
Ele disse ainda que “o que mais me chocou é que seria feita a demolição em um domingo em que todos os moradores dos prédios no entorno têm que sair das suas casas. É feita a demolição e depois da inspeção da Defesa Civil que eles podem voltar para os prédios. Eu acho que é um empreendimento particular, não é um empreendimento de bem público, não é um empreendimento que está ameaçando a vida de outras pessoas. Então, a gente pode demolir de outra forma, é o que eu estou questionando”.
Manezinho disse que estão na fase de elaboração dos documentos, autorizações e tudo que faz parte dos protocolos de uma implosão para apresentar à Prefeitura.
“A construtora entendeu que para diminuir o transtorno dos moradores daqueles prédios em volta, a implosão seria a melhor solução e ela tem razão. A implosão é uma ferramenta para grandes transformações urbanas e traz vantagens, principalmente de prazo e segurança. Prazo, porque é mais rápido e segurança, porque você expõe poucos funcionários durante pouco tempo a um risco pequeno. A demolição tradicional é o contrário: muitos funcionários durante muito tempo submetidos a um grande risco. Então, essa intenção de se fazer a demolição por implosão, ela foi manifestada junta a Prefeitura, que no primeiro momento foi receptiva, naturalmente, desde que os protocolos de segurança e legais sejam atendidos”, explica Manezinho.
O que é a demolição por implosão?
As implosões são realizadas com dinamite e colocadas em pontos estratégicos dos prédios. Geralmente utilizada em áreas urbanas de grandes estruturas como arranha-céus, pontes e outros.
Elas são monitoradas por alguma entidade responsável, como por exemplo o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), onde técnicos instalam sismógrafos no solo para medir a vibração.
Os prédios vizinhos precisam ser evacuados e nenhum morador deve ficar em um raio de 200 metros do ponto da implosão. Após o procedimento, profissionais da Defesa Civil fazem a inspeção do local para que os moradores voltem as suas casas.
Manoel Jorge Diniz Dias está há mais de 43 anos na profissão e foi responsável por cerca de 90% de implosões no Brasil, entre elas, a do complexo penitenciário do Carandiru, em 2002, e do Palace II, em 1998, no Rio de Janeiro.
“É um processo que está em andamento, não tem nada formalizado, mas existe essa intenção. Mas a minha preocupação como técnico é de me antecipar a qualquer decisão oficial”, explica.
O Aqui Vale entrou em contato com a Esdras Construtora e com a Prefeitura de São José dos Campos, que até o fechamento desta matéria não se manifestaram. Deixamos o espaço aberto para esclarecimentos.
Atualização
Em nota, a Prefeitura de São José dos Campos disse que:
“Em relação à demolição do prédio da Avenida Tubarão, a Prefeitura informa que toda a documentação, que consta de: projeto, declaração de responsabilidade da obra e impactos, entre outros documentos, assim como a análise técnica estão de acordo com as exigências.
Quanto à forma como a demolição será feita, este processo cabe à construtora e as instituições que detêm responsabilidades legais e atribuições, como o Exército, analisar e aprovar a técnica a ser utilizada, bem como os procedimentos de segurança da população do entorno”.
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