Governo de SP usa vídeo do MBL e texto do Brasil Paralelo em material didático
Material foi produzido pela Secretaria de Educação e disponibilizado para as Escolas Estaduais
O Governo do Estado de São Paulo disponibilizou um link para o site Brasil Paralelo no material didático de uma aula de empreendedorismo para 3º ano do ensino médio.
O material foi produzido pela Secretaria de Educação e disponibilizado para as escolas estaduais com um texto da plataforma Brasil Paralelo sobre a história de Walt Disney como exemplo de resiliência.
A Brasil Paralelo é uma produtora de vídeos fundada em 2016 e ficou conhecida por criar conteúdos de extrema direita, que inclusive foram compartilhados pelos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Além disso, a produtora responsabiliza a “influência esquerdista” e o educador Paulo Freire, pelos indicadores ruins da educação no país.
Anteriormente, o Governo de São Paulo já havia utilizado um vídeo do Movimento Brasil Livre (MBL) sobre grêmios estudantis em uma das aulas disponibilizadas nas apostilas digitais de língua portuguesa da 2ª série do Ensino Médio.
Na ocasião, a Deputada Estadual Professora Bebel (PT) entrou com uma representação no Ministério Público pedindo providência sobre o conteúdo e argumentou sobre o material.
“As escolas estaduais não podem fornecer material didático, apostilas ou qualquer outro de conteúdo oficial, com relação a qualquer assunto que seja, que possa veicular propaganda de partidos políticos ou de grupos que, de alguma maneira, possuam linhas ideológicas. O ensino público não deve professar doutrinas estabelecidas em prol de determinado modo de pensar, seja esse qual for”, disse.
Após a representação, a Secretaria de Educação retirou a aula da plataforma e disse que o conteúdo foi completamente editado a fim de se adequar aos protocolos pedagógicos da rede.
Sobre o texto da plataforma Brasil Paralelo, a secretaria emitiu uma nota dizendo que novamente retirou o link e que a aula será completamente editada para se adequar aos protocolos pedagógicos.
Além disso, a secretaria abrirá uma apuração preliminar para responsabilizar os envolvidos na produção dos conteúdos das aulas.
Foto: Governo de SP
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