Fome é confirmada em Gaza pela primeira vez, ONU pede ajuda urgente
Pessoas vivem em desnutrição grave e podem morrer sem ajuda imediata
Mais de 500 mil pessoas em Gaza vivem em fome extrema, com desnutrição grave e mortes evitáveis, segundo análise da ONU divulgada nesta quinta-feira (22). O número de pessoas em risco deve aumentar nas próximas semanas, se espalhando para outras regiões do território.
A situação é especialmente grave entre crianças, mulheres grávidas e idosos. Em julho, mais de 12 mil crianças foram diagnosticadas com desnutrição grave, o maior número registrado até hoje. Um em cada cinco bebês nasce prematuro ou abaixo do peso. Para mulheres grávidas e lactantes, o número de casos graves triplicou desde maio.
O acesso a alimentos, água e serviços de saúde está severamente limitado. Cerca de 98% das terras agrícolas estão inutilizáveis e 90% da população foi deslocada. Além disso, o sistema de saúde entrou em colapso, tornando doenças comuns fatais para quem já está debilitado.
A FAO, UNICEF, PMA e OMS alertam que um cessar-fogo imediato é essencial para permitir a entrada de ajuda humanitária e salvar vidas. Eles pedem a entrega rápida de alimentos, medicamentos e insumos para produção local, além de apoio para restaurar serviços essenciais e mercados.
“A população de Gaza esgotou todos os meios possíveis de sobrevivência. A fome e a desnutrição ceifam vidas todos os dias, e a destruição de terras agrícolas, gado, estufas, pesca e sistemas de produção de alimentos tornou a situação ainda mais grave. Nossa prioridade agora deve ser o acesso seguro e sustentável à assistência alimentar em larga escala. O acesso à alimentação não é um privilégio, é um direito humano básico”, disse o Diretor-Geral da FAO, QU Dongyu.
Guerra no Oriente Médio
A guerra em Gaza teve início no dia 7 de outubro de 2023, quando o Hamas atacou o sul de Israel, matando cerca de 1.200 pessoas e fazendo 250 reféns, segundo dados israelenses.
Em resposta, a campanha militar israelense já matou mais de 62 mil palestinos, de acordo com autoridades de saúde de Gaza.
Países como Estados Unidos, Catar e Egito têm tentado negociar o fim do conflito, mas até o momento não houve um cessar-fogo duradouro.
O conflito prolongado provocou deslocamentos em massa, destruição de infraestrutura e bloqueios de alimentos, água e serviços de saúde, levando à pior crise humanitária da região
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