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Fato ou mito: o ciclismo afeta a saúde sexual?

Esta questão vem desde a década de 90 quando ciclistas que percorriam longas distâncias relataram redução da sensibilidade do períneo e consequente disfunção erétil. Desde…

Por Dr. Leonardo Braga

Esta questão vem desde a década de 90 quando ciclistas que percorriam longas distâncias relataram redução da sensibilidade do períneo e consequente disfunção erétil. Desde então estudos estão sendo realizados para responder esta pergunta. Vale lembrar que a disfunção erétil é um problema multifatorial, que se dá pela combinação de questões psicológicas (ansiedade, estresse), fisiológicas (desequilíbrio hormonal, hipertensão e diabetes) e hábitos ruins (tabagismo, sedentarismo e excesso de álcool).

Duas pesquisas da Associação Americana de Urologia publicadas em 2018 com cerca de 4.000 homens e 2.691 mulheres esportistas divididos entre corredores, nadadores e ciclistas demonstrou que a prática do exercício aeróbico melhora o desempenho sexual e cardíaco. Os ciclistas obtiveram resultados idênticos aos corredores e nadadores com relação a melhoria da função sexual, sem prejuízo com relação às funções urinárias. No entanto os ciclistas apresentaram maior dormência e abrasões na região genital por causa das várias horas no selim. Para os propósitos do estudo, “ciclismo de alta intensidade” foi definido como “pedalar por mais de dois anos, mais de três vezes por semana e uma média diária de mais de 40 quilômetros”. 

Os resultados para as mulheres são semelhantes aos dos homens, ou seja, houve melhora das funções cardíacas e na função sexual em relação às mulheres não atletas. No entanto as alterações genitais como dormência e abrasões aumentaram nas mulheres ciclistas. Acrescente a essa informação a dificuldade de retirada do “uniforme” no caso das mulheres e as condições ruins ao longo dos trajetos para esvaziar a bexiga, aumentando chances de infecções urinárias.

Uma outra pesquisa com quase 4.000 ciclistas publicada na revista científica chamada “The Journal of Urology” concluiu que pedalar em pé por 20% do tempo total de atividade é suficiente para diminuir a sensação de pênis dormente e problemas de abrasões na região genital causada pelo selim.

Resumindo: é mito que o ciclismo afeta a função sexual. Na verdade, até afeta, mas para melhor, pois ao melhorar a função cardiovascular, naturalmente o atleta melhora seu desempenho debaixo dos lençóis.

Espero ter esclarecido de vez este assunto e se existe um conselho neste caso, escolha bem o seu selim, para que seja o mais confortável possível.

Dr. Leonardo Braga

Especialista em urologia, Dr. Leonardo Braga é medico formado pela UNICAMP e faz parte do corpo clínico de um dos melhores hospitais do país, Albert Einstein e da Rede D’Or São Luiz. Pertence ao seleto grupo de profissionais especialistas em cirurgias com técnicas robóticas e minimamente invasivas. Junto da medicina, Dr. Leonardo traz o hobby de colecionar moedas antigas, assuntos que abordará em sua coluna no Aqui Vale com objetivo de alertar para a saúde masculina e dividir entretenimento com os homens.

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