Exposição Lugar Delas abre espaço para artistas da região em mostra colaborativa
Coletivo formado por produtoras e artistas da região do Vale do Paraíba realiza Exposição Lugar Delas no Centro Cultural Clemente Gomes, com abertura nesta á…
Coletivo formado por produtoras e artistas da região do Vale do Paraíba realiza Exposição Lugar Delas no Centro Cultural Clemente Gomes, com abertura nesta á partir do dia 26 de maio. A partir de seleção e reunião de artistas diversos, a exposição reafirma a caminhada do Coletivo Lugar Delas ao compartilhar as expressões e vivências através das artes visuais com protagonismo de mulheres, construindo juntas, assim, um novo cenário na região.
A exposição é composta por produções colaborativas de artistas da região. De Areias, participa o Coletivo Mulheres de Fibras com as artistas Maria Aurélia, Lilian Faulstich, Wanda Lúcia, Fátima Branco e Léia Faulstich; de Mogi das Cruzes, integra a exposição Sarah Key; e de São José dos Campos, se apresentam Dae Lee, Dora Isa, Eva Maria, Jenifer Cristina, Thaís Nozaki e Pauline Pow.
A exposição tem produção e curadoria do coletivo Lugar Delas, que surgiu da vontade de criar um festival de música com protagonismo de mulheres na cidade de São José dos Campos e vem compartilhando, por meio de editais e também de forma independente, arte e representatividade através de eventos na região do Vale do Paraíba. A realização da primeira edição do Festival Lugar Delas, primeiro projeto do Coletivo, foi um evento que trouxe uma reflexão sobre o espaço da mulher na música nos palcos do Vale do Paraíba.
Assim, se concretizou o desejo do coletivo formado por mulheres para que mais mulheres pudessem participar, serem vistas e compartilhar suas vivências e suas artes, construindo juntas um novo cenário na
região. “Atingimos um público muito mais quantitativo do que esperávamos já nesta primeira produção. A presença e a interação dos cidadãos joseenses com as programações propostas mostraram que
realmente é um tipo de evento cultural que as pessoas apoiam, esperam que aconteça e garantem suas presenças”, conta o coletivo. “Com a repercussão positiva deste evento e apoio de outros produtores
culturais da cidade, decidimos levar essa discussão adiante para além da música, e fortalecer como um coletivo que busca abrir mais espaços para outras mulheres produtoras e artistas. Ampliar o diálogo com
outros curadores sobre a inserção das mulheres no mercado de trabalho cultural, buscar uma igualdade sonhada de oportunidades de trabalhos na cultura e nas artes.
Assim, foram surgindo novos projetos, abrangendo outras áreas artísticas e culturais.” Segundo projeto produzido pelo coletivo focando nas artes visuais, a Lugar Delas Exposição une artistas mulheres da região. Após a curadoria, foi realizado um encontro onde foram sorteadas quatro duplas, cada dupla de artistas criou duas obras visuais em conjunto, totalizando oito obras de artes visuais inéditas que formam o Lugar Delas Exposição. A proposta das artistas criarem as obras em duplas contribui com a ideia do projeto de estimular o diálogo entre as mesmas, por meio da troca de experiências nos processos criativos de cada uma, a fim de encorajar os aprendizados informais e socialização entre as artistas.
Além da exposição, que permanece no Centro Cultural Clemente Gomes até o dia 24 de junho, serão realizadas duas oficinas orientadas pela equipe de produção do projeto e artistas expositoras.
COLETIVO LUGAR DELAS
Coletivo cultural que realiza projetos que promovem o protagonismo e empoderamento de mulheres, e equidade da quantidade de artistas e produtoras na programação de eventos culturais de São José dos Campos e região. Desde sua criação, no segundo semestre de 2018, até o momento, o coletivo já produziu 8 projetos, que foram realizados por meio de financiamento de editais de cultura municipais e estaduais, e realizados em São José dos Campos e região nesses quase cinco anos de existência.
ARTISTAS PARTICIPANTES
- Dae Lee – @daenale.y Licencianda em Artes Visuais, é pesquisadora do Núcleo Abantesma. Desenvolve pesquisas sobre corporalidades abordando corpos travestis e transgêneros, saúde mental e outras temáticas, através do método crítico-paranoico. Busca explorar as questões multilinguísticas das artes por meio de pinturas, retratos, autorretratos, colagens, esculturas e experimentos audiovisuais .
- Dora Isa – @ateliecrio Formada em design de moda, entusiasta das artes manuais e fundadora do Ateliê Criô, lugar criativo onde desenvolve experimentos têxteis e visuais. Sua trajetória artística começou na infância como forma de expressão pessoal e permeia até hoje como maneira de comunicar aquilo que lhe é cotidiano e incômodo. Encontra sua linguagem na técnica mista e no seu olhar peculiar para o que possivelmente seria descartado, resultando em obras únicas e minuciosas.
- Eva Maria – @afrovale Em novembro de 2020 em plena pandemia com vontade de aprofundar conhecimentos em fotografia, e também combater o racismo de alguma forma, surgiu no fundo da casa de Eva a maior oficina de troca de vidas através da fotografia, o @afrovale, um projeto para mulheres afrodescendentes da região do Vale. Um Instagram, no qual Eva se expressava, e as meninas que participaram demonstravam sua sensibilidade e fortaleza feminina negra. Um projeto que está em stand by, mas que mudou a vida das mulheres que participaram. Durante a sessão de fotos, fotógrafa e participantes compartilhavam como se sentiam, e também davam seus depoimentos de alguma experiência negativa quanto a atos já vividos no racismo.
- Jenifer Cristina – @jenicris_tattoo Tatuadora e artista visual, independente e autodidata. Desenha desde criança, mas trabalha com artes visuais desde 2019, iniciou vendendo/expondo em feiras e eventos culturais e a 3 anos trabalha com tatuagem. Suas produções variam entre aquarela, nanquim, acrílica, lápis de cor, giz pastel, bordado, xilogravura, arte digital, mural e tatuagem. Busca inspiração na diversidade brasileira indígena e africana, em principal na figura das mulheres, sendo muitas obras formas de autorrepresentação com objetivo de gerar identificação, representatividade e resgatar raízes e orgulho ancestral, dentro do contexto urbano, mas sempre valorizando a natureza, trazendo uma visão autêntica com muitas cores, formas e texturas.
- Thaís Nozaki – @thnzk De SJC/SP, geógrafa e artista visual autodidata e independente. Atua profissionalmente com artes gráficas, fundando a Editora Esthamparia com foco em impressão manual – xilografia, monotipia, estêncil, blockprint para ilustrações editoriais, das quais já fez revistas nacionais e internacionais, capa de disco, livros, bem como participou de exposições coletivas e individuais em São José dos Campos, Jacareí e São Paulo. Também coordenou projetos editoriais como NACAPA, culturais e artísticos por leis de incentivo fiscal. Atualmente se dedica a pesquisar sobre neurociência, arte e livro de artista, assim também sobre a linguagem gráfica mais profundamente. Compartilha seus estudos ministrando oficinas.
- Pauline Pow – @eupowerian Joseense, Pauline Pow, é grafiteira e produtora cultural. Durante a infância e a vida escolar, os desenhos já eram constantes em seus cadernos e nas paredes de casa. Passa a ter
contato com a arte urbana na adolescência, e em 2008 começa a fazer apoios voluntários em eventos de hip hop. Em 2010 surge o convite para participar da produção do Fórum de hip hop, fazendo parte do coletivo minas do vale. Foi em 2020 que teve a oportunidade de começar a grafitar muros, e desde então vem se aperfeiçoando no graffiti. Atualmente faz trabalhos autorais em eventos culturais e comerciais, inclusive este ano pintou no maior muro do estado de São Paulo e o segundo maior do país.
- Mulheres de Fibras – @mulheresdefibrasareias Depois de um curso aplicado pelo Senar, algumas mulheres decidiram pôr em prática o que haviam aprendido, a fim de aprimorar os conhecimentos da arte em fibras e gerar uma renda extra. Em 2019, com um nome de força e significado, nascia Mulheres de Fibras, em Areia/SP. Cinco mulheres: Maria Aurélia, Lilian Faulstich, Wanda Lúcia, Fátima Branco e Léia Faulstich, com o objetivo de valorizar a cultura local, artesanal e o trabalho manual da mulher, resgatando valores culturais de seus antepassados. Podendo passar esse conhecimento para seus filhos e netos, desde a retirada da matéria prima no brejo, até a peça pronta. Sem deixar de lado a importância da preservação do meio ambiente, pois a taboa nasce em local de água em abundância
- Sarah Key – @rabis_key Mulher indígena. Musicista. Mc-educadora atuante no movimento hip-hop.
Pesquisadora e brincante das culturas regionais. Co-criadora da grife originária @rabis_key, onde utiliza técnicas manuais mistas para dar vida às suas cosmovisões e poesias ancestrais políticas, além do seu estudo com técnicas naturais de tingimento, como o urukum. Atriz, contadora de histórias, e palestrante ativista das memórias ancestrais como ferramenta de retomada dos vários modos tradicionais de vida que foram interrompidos pela sociedade atual. “O Futuro que Buscamos é o Nosso Passado que Foi Interrompido.
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