“Eu nunca fumei” – Por que pessoas não fumantes estão enfrentando câncer de pulmão?
Diagnóstico de Jonas Almeida acende alerta para casos em quem nunca teve contato com cigarro
Nesta semana, o apresentador Jonas Almeida compartilhou nas redes sociais o diagnóstico de câncer de pulmão. Com 45 anos e não tabagista, Jonas pertence a uma parcela menor de pessoas que desenvolvem esse tipo de câncer por fatores genéticos. Segundo colegas de trabalho, Jonas tinha uma rotina saudável, com prática regular de exercícios e sem histórico de tabagismo, ele representa um grupo cada vez mais observado por especialistas: os não fumantes com câncer de pulmão.
Mas afinal, por que pessoas que nunca fumaram estão recebendo esse diagnóstico?
Segundo um estudo divulgado em fevereiro pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), os casos de câncer de pulmão entre não fumantes estão aumentando. O principal vilão? A poluição do ar.
De acordo com os dados mais recentes, cerca de 200 mil casos de câncer de pulmão em 2022 foram associados à exposição à poluição atmosférica — especialmente à inalação de partículas finas que podem causar mutações celulares e inflamações crônicas nos pulmões.
O oncologista Dr. Rodolfo Leal explica que, entre os não fumantes, quase 80% dos casos ocorrem em mulheres, jovens e pessoas de ascendência asiática, o que levanta a hipótese de fatores ambientais e genéticos contribuírem significativamente.
As causas específicas para esse tipo de tumor ainda não são bem entendidas, mas alguns fatores parecem contribuir de forma relevante, como a poluição do ar, o tabagismo passivo, a exposição a radônio (um gás radioativo) e alguns tipos de produtos químicos como asbesto, crômio e arsênio.”, afirma o médico.
Embora o cigarro ainda seja responsável por 90% dos casos de câncer de pulmão, o número crescente de diagnósticos em não fumantes levanta um alerta importante sobre rastreamento e prevenção.
Hoje, os protocolos de rastreamento são focados em quem teve histórico de tabagismo intenso. Para quem nunca fumou, como Jonas, o diagnóstico precoce depende da atenção a sinais e sintomas persistentes — mesmo aqueles que possam parecer banais.
Segundo Dr. Leal, os principais sintomas incluem:
Tosse seca persistente (principalmente com sangue)
Perda de peso
Falta de ar
Dor no peito
Rouquidão
“A chave para o diagnóstico precoce é estar atento a sinais e sintomas que podem sugerir que algo está errado no pulmão – especialmente quando não tem causa óbvia (por exemplo, uma infecção) e, sobretudo, quando são persistentes.” completa o especialista.
O caso de Jonas Almeida reforça um ponto crucial: ninguém está totalmente imune — e, mais do que nunca, entender os riscos é uma forma de se proteger.
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