Especialista diz que Sinaes perdeu capacidade de “depuração”
Segundo o orientador acadêmico Alexandre Nicolini "os parâmetros de avaliação do ensino superior brasileiro ficaram desatualizados"
“Não há dúvidas de que os parâmetros de avaliação do Sinaes ficaram desatualizados”, afirmou nesta quinta-feira (6), em São Paulo, o especialista em governança e avaliação acadêmica Alexandre Nicolini. Citando dados levantados pelo Semesp, que mostram que mais de 69% das IES presenciais e 87% das IES com EAD têm entre 4 e 5 de Conceito Institucional (CI), Nicolini ressaltou que a própria titular da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres) do Ministério da Educação, Marta Abramo, “também verbalizou esta preocupação durante um webinar promovido pela ABMES, ao constatar que o Sinaes perdeu a capacidade de ‘depuração’ do sistema”.
Para o orientador acadêmico, que há 28 anos atua em gestão acadêmica, docência, design curricular, avaliação da aprendizagem e pesquisa aplicada no ensino superior, “os anos apenas solidificaram tendências presentes nas últimas duas décadas de vida do Sinaes: sempre foi fácil obter o ‘padrão mínimo de qualidade’ estipulado pelo Inep, tanto na acreditação, por meio do Conceito Institucional ou o Conceito de Curso, quanto na avaliação, com o Enade e o IDD”, afirmou.
Nicolini considera que “regulação, acreditação e avaliação são três partes de um ciclo que se fecha com a quarta parte, que é a sanção, quando as regras não estão sendo cumpridas. Ora, se as três primeiras partes são fáceis de cumprir, nunca haverá depuração do sistema. Essa deve a premissa principal da consulta pública sobre o novo Sinaes: se os requisitos atuais estão todos sendo cumpridos, quais serão os novos parâmetros que o Brasil aspira serem estabelecidos?”, questiona o especialista.
Deixe um comentário