Especialista alerta os malefícios do uso de telas na infância e adolescência
A partir de janeiro de 2025, entrou em vigor lei que proíbe celulares nas escolas públicas e privadas brasileiras
O vício em telas entre crianças é uma preocupação crescente em muitos lares e comunidades. Com a popularização de smartphones, tablets, videogames e outros dispositivos eletrônicos, muitas crianças estão passando mais tempo do que o recomendado diante de telas, o que pode ter impactos significativos em seu desenvolvimento físico, emocional e social. Em uma entrevista realizada pelo Portal Drauzio, o pediatra e sanitarista Daniel Becker ressalta os riscos associados ao uso excessivo de telas por crianças e adolescentes. Segundo ele, a exposição precoce, sem supervisão adequada, pode prejudicar o desenvolvimento neurológico, emocional e social dos jovens.
“Na primeira infância, o cérebro forma cerca de um milhão de sinapses por segundo. Durante esse período, experiências reais como brincar, tocar e vivenciar cada momento são fundamentais. A tela oferece estímulo passivo, que não desenvolve funções essenciais como imaginação, linguagem e empatia.” Explica o especialista, afirmando que o foco deve estar em conteúdo de qualidade.
“Já no período da adolescência, expostos a conteúdo sem controle, os jovens podem ter sua visão de mundo moldada por algoritmos que privilegiam discursos tóxicos como racismo, misoginia, polarização. O uso intenso de telas está relacionado à dependência digital, ansiedade, insônia, isolamento e dificuldades acadêmicas. O excesso de dopamina, liberada por notificações e jogos, torna o espírito crítico e regulação emocional mais difíceis.” Backer explica que é fundamental a supervisão dos pais ao utilizar aparelhos eletrônicos, pois o conteúdo consumido pode moldar a perspectiva de um jovem em formação.
A partir de janeiro de 2025, entrou em vigor lei que proíbe celulares nas escolas públicas e privadas brasileiras durante aulas, recreio e intervalos, exceto uso pedagógico. O especialista aprovou a medida, relatando efeitos positivos como melhora na concentração, brincadeiras no recreio, menos bullying e mudança de rotina em casa, com menos foco no celular.
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