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“É especial ser diferente”: Dia Mundial da Conscientização do Autismo promove sensibilização

O Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado no dia 2 de abril, foi criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) com o objetivo de…

Por Portal Aqui Vale

O Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado no dia 2 de abril, foi criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) com o objetivo de levar informações às pessoas para diminuir o preconceito e a discriminação contra quem apresenta o Transtorno Espectro Autista (TEA).

De acordo com o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), 1 em cada 44 crianças é autista. No Brasil, cerca de 2 milhões de pessoas são portadoras do espectro. Pela primeira vez, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) incluiu a pergunta sobre o autismo no questionário do Censo 2022 com o objetivo de mapear estatisticamente quantas pessoas vivem no país com TEA. Os dados serão divulgados no final de abril de 2023.

Pensando na inclusão e na forma lúdica de contar a experiência que teve com o seu filho Luís, Adriana Soares, escreveu o livro infantil “É especial ser diferente: Autismo”.  Que conta a história do Lipe, uma criança com autismo que apresenta comportamentos específicos de quem tem TEA. O livro é voltado às crianças para que elas possam conhecer e acolher os amigos que são diferentes delas.

Foto: Divulgação

“Lembro da dificuldade das pessoas pra lidar com o Luís. Desde então me veio a vontade de trabalhar com a sociedade de forma lúdica. De tanto falar com as pessoas sobre as características do autismo, resolvi simplificar e colocá-las em um livro com ilustrações atraentes, coloridas e que trouxesse um ponto de vista sobre a diversidade, e não só sobre o transtorno em si, apesar dele estar ali o tempo inteiro.”

Adriana Soares é professora e trabalha no AEE (Atendimento Educacional Especializado) com crianças com deficiência e em uma instituição para autistas, com oficinas artísticas. Luís tem hoje 21 anos.

Foto: Acervo pessoal

Muitas famílias enfrentam a dificuldade do diagnóstico precoce. Alguns comportamentos são sinais do autismo em crianças. Foi a partir deles que a Cassia Abrahão e seu marido começaram a suspeitar que o filho Benjamin Abrahão pudesse ter o espectro.

“O Benjamim sempre comeu super bem e tinha uma alimentação muito boa. Com mais ou menos 2 anos idade ele passou a rejeitar alimentos que estava acostumado a comer. Quando a gente saía de carro, percebemos que ele ficava nervoso e muito estressado com passeios que fugiam da rotina dele. Além disso, percebemos que ele tinha uma forma diferente de brincar. Ele gostava de alinhar os brinquedos e os separava por formas e cores.”

Cassia percebeu também que o filho tinha um atraso na fala. Ela o levou ao médico pediatra que disse que era normal esse comportamento, visto que ele nasceu nos Estados Unidos e que é comum crianças bilingues tiverem o desenvolvimento da comunicação mais tardio.

O que deixou as suspeitas do TEA mais forte no Benjamim foi quando ele passou a selecionar os alimentos e comer apenas o que era crocante e de cor amarela. Levaram o Benjamin a um neurologista que o diagnosticou com o autismo.

“Viver com autismo é uma condição, não tem cura. O que você pode fazer é algumas intervenções para que a pessoa conviver bem em sociedade. O Benjamin faz diversas terapias para que ele possa um dia se relacionar de forma saudável, fazer uma faculdade e um ter um trabalho.”

E para auxiliar o Ben na socialização, a família adotou a Skye. Um filhote de Golden Retriever que está sendo treinada para contribuir na terapia do Benjamin e de outras crianças de forma voluntária.

O melhor caminho para acabar com o preconceito e discriminação das pessoas com autismo é através da informação. E como disse a autora Adriana Soares “Empatia é muito forte nas crianças e penso que são elas que irão aos poucos acolher a pluralidade a que pertencemos com respeito à singularidade de cada um”.

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