A 7º Vara do Trabalho de Florianópolis condenou Luciano Hang, dono da empresa Havan, a pagar o total de R$85 milhões como indenização por coação, violação de privacidade e intimidade dos subordinados. Nas eleições de 2018, Hang teria “colocado em xeque” os contratos de trabalho dos funcionários, para induzi-los a votar no ex-presidente Jair Bolsonaro.
A determinação é de que a Havan pague uma indenização de R$500 mil por assédio eleitoral e, de maneira individual, indenizar em R$1 mil os funcionários que trabalhavam na rede de lojas até 1° de outubro de 2018.
Na decisão judicial, consta ainda um comparativo com o período em que as pessoas não votavam de maneira consciente mas, sim, eram coagidas por pessoas de maior poder aquisitivo a eleger os candidatos conforme a vontade do cabo eleitoral, chamado “voto de cabresto”. Consta também na determinação as atitudes de Hang, como motivadores para o desfecho judicial: “ao dizer o representante do réu que poderia despedir os 15 mil empregados, este termina a fala afirmando: “conto com cada um de vocês”, o que indica a intenção de ordenar o comportamento de votar em um candidato, o de sua predileção.”
Em 2018, O ministério público do trabalho apresentou uma denúncia contra o empresário, pois além de obrigar os funcionários a responder o questionário sobre qual presidente iriam votar, Hang ainda ameaçou fechar suas lojas caso Bolsonaro perdesse as eleições.
Em nota, Hang manifestou-se em recusa às acusações. Afirma, também, que recorrerá judicialmente. Confira a nota na íntegra:
_“É um total absurdo. Inclusive, na época dos acontecimentos foram feitas diversas perícias nomeadas pela própria Justiça do Trabalho e nada ficou comprovado, não houve irregularidades. O juiz deveria seguir as provas, o que não fez, seguiu a sua própria ideologia. Mais uma vez o empresário sendo colocado como bandido.
Tudo foi feito de modo a garantir a liberdade dos colaboradores. Afinal, temos até hoje em nosso quadro, colaboradores de várias outras ideologias políticas. Aliás, importante lembrar que o voto é secreto e cada um votou conforme sua convicção.
Estamos tranquilos e vamos recorrer da decisão, afinal, nada foi feito de errado e isso já havia sido comprovado lá atrás. Ainda acreditamos na Justiça brasileira”
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