Cresce 19% o faturamento de startups e empresas incubadas do Parque da Unicamp
O faturamento das empresas incubadas chegou a 2,3 milhões
O faturamento das empresas incubadas e startups do Parque Científico e Tecnológico da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) cresceu 19,25% em 2023, chegando aos 82 milhões de reais. Os dados são da Agência de Inovação Inova Unicamp com base no Relatório de Atividades do Parque Científico e Tecnológico e da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica (Incamp), divulgados nesta terça-feira (04).
O aumento do faturamento foi acompanhado de recordes. O grupo de startups instaladas no Parque fechou o ano com o maior faturamento em valores, um montante de 79,7 milhões de reais (97% do total). Já o segmento de empresas incubadas teve a maior alta em relação ao ano anterior, de 130%, com um faturamento de 2,3 milhões de reais.
O professor Renato Lopes, diretor-executivo da Inova Unicamp, afirma que o crescimento do Parque em números é um reflexo do ambiente propício à inovação e ao empreendedorismo cultivado no ecossistema.
“Os indicadores positivos demonstram que o ambiente e as ações do Parque Científico e Tecnológico e pela Incubadora da Unicamp promovem conexões que estimulam novos negócios e parcerias. Em 2023, as startups e incubadas relataram terem atingido 16 mil novos clientes em 48 mercados espalhados por mais de 360 cidades do Brasil e do exterior”, comenta Lopes.
Uma das empresas que puxaram esse número foi a Autocoat, startup especializada em técnicas de solution coating para deposição de filmes finos em escala de laboratório. Em menos de quatro anos de existência, a startup, graduada no programa de incubação da Incamp em 2023, já conquistou a marca de 1 milhão de reais de faturamento, com o fechamento de parcerias internacionais com a empresa alemã MBRAUN.
“Estar no programa de incubação da Incamp fez total diferença em nossa trajetória. Em nossas necessidades podíamos ter mentorias e oficinas dedicadas, que foram essenciais para sairmos do ponto zero e atingirmos nosso primeiro milhão em faturamento”, conta Viviane Hamanaka, CEO e sócia-fundadora da Autocoat.
Alta na taxa de ocupação do Parque Científico e Tecnológico da Unicamp
Outro indicador de crescimento destacado no relatório foi a taxa de ocupação. O Parque Científico e Tecnológico da Unicamp atingiu a marca inédita de 60 empresas instaladas e incubadas no ecossistema em 2023. O número de empresas incubadas no programa de incubação da Incamp teve um aumento recorde (76,5%), passando de 17 em 2022 para 30 em 2023.
“Metade das empresas que se instalaram em nosso ecossistema no ano passado é formada por novos negócios” contabiliza Lopes. Além das empresas incubadas, se hospedam no Parque 23 startups e sete laboratórios de pesquisa e desenvolvimento (P&D) de grandes empresas – que possuem projetos em parceria com a Unicamp.
Entre as grandes empresas que escolheram instalar laboratórios de P&D no parque e, em consequência, se aproximar do ecossistema da Unicamp para inovar, está a Inmetrics. A empresa fundada por ex-alunos da Unicamp inaugurou um espaço hard tech no Parque e em parceria com o Instituto de Computação (IC) quer aprimorar soluções em Inteligência Artificial Generativa.
“Escolhemos a Unicamp para mudar a forma como a Inmetrics trabalha. Do ponto de vista estratégico e pensando no futuro, podemos dizer que esse é o projeto mais importante da Inmetrics atualmente”, disse Adriano Lima, sócio diretor da empresa e coordenador do novo laboratório de P&D inaugurado no Parque Científico e Tecnológico da Unicamp.
O crescimento no número de empresas também foi influenciado por alterações internas em um dos seis prédios do Parque, remodelado para abrigar mais empresas. Além disso, a Inova Unicamp aumentou a capacidade de atendimento por meio da incubação a distância ou em posições de coworking (modelo de espaço compartilhado).
Mariana Zanatta Inglez, coordenadora de ambientes de inovação e empreendedorismo na Inova Unicamp, área responsável pela gestão do Parque e da Incamp, ressalta que o crescimento financeiro e em número de empresas foi acompanhado pela geração direta de postos de trabalho. Das 596 posições de trabalho, 41,8% são voltadas à pesquisa e desenvolvimento (P&D) e 21% são postos de trabalho gerados nas empresas incubadas.
“Mesmo em um cenário onde muitas startups brasileiras enfrentaram demissões, as empresas do Parque mantiveram sua média de empregos. A variação no número de postos de trabalho em comparação com 2022 se deve ao crescimento e migração natural das empresas durante a expansão de suas atividades”, explica Mariana Zanatta Inglez, coordenadora de ambientes de inovação e empreendedorismo na Inova Unicamp, área responsável pela gestão do Parque e da Incamp.
Startups graduadas da Incamp superam média nacional de sucesso
Um número inédito divulgado no relatório diz respeito à taxa de sucesso das empresas graduadas na Incubadora da Unicamp, gerida pela Inova Unicamp, que supera significativamente a média nacional. Das 63 empresas graduadas na Incamp, desde sua criação em 2001, 38 continuam ativas: uma taxa de continuidade de 60%. No Brasil, metade das startups morrem em um tempo aproximado de 4 anos e após 13 anos apenas 25% continuam ativas, de acordo com a Fundação Dom Cabral.
O destaque é ainda maior quando consideradas as empresas deeptechs, chegando a 77% de sucesso entre as graduadas da Incamp. As empresas deeptechs são aquelas baseadas em conhecimento científico, que desenvolvem tecnologias complexas e dependem de mais pesquisa antes de colocar a solução no mercado.
“Esses números refletem nosso trabalho estruturado e individualizado de apoio aos incubados, garantindo um ambiente propício à inovação, que proporciona interação com a Universidade e com o mercado para o desenvolvimento sustentável de novos negócios”, explica Vital Yasumaru, supervisor da incubadora e empreendedorismo na Inova Unicamp.
A Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp tem certificação nível 4 de maturidade na gestão de incubadoras, o nível máximo de boas práticas em incubação, concedida pela Anprotec e pelo Sebrae. Essa certificação, conhecida como CERNE 4, atesta a capacidade da Incamp de gerar empreendimentos bem-sucedidos, impactando positivamente o ambiente e posicionando-se globalmente.
O Parque Científico e Tecnológico da Unicamp também é membro da Associação Internacional de Parque Científicos – IASP, da sigla em inglês -, uma organização sem fins lucrativos que coordena gestores de unidades relacionadas a parques científicos e áreas de inovação, com status junto ao Conselho Econômico e Social das Nações Unidas.
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