Confira novos avanços no tratamento do câncer de mama
Os resultados foram apresentados durante o congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica
O câncer de mama é o tipo de câncer que mais mata mulheres no Brasil e no mundo. Estima-se 2,3 milhões de novos casos sejam diagnosticados anualmente no planeta, e o Instituto Nacional de Câncer (Inca) projeta mais de 73 mil diagnósticos no Brasil em 2025. Apesar dos progressos médicos, ainda há mais de 15 mil mortes por ano no país.
Recentemente, três novos estudos científicos trouxeram novas perspectivas no combate ao câncer de mama metastático, um dos tipos mais desafiadores da doença. Os resultados foram apresentados durante o congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco 2025), realizado no começo do mês, que sinalizam avanços importantes que podem em breve chegar ao Brasil.
Um dos estudos, chamado SERENA-6, avaliou se mudar o tratamento mais cedo — antes mesmo de a doença apresentar piora — poderia ajudar a controlar melhor o câncer de mama metastático. Para isso, as pacientes faziam exames de sangue a cada dois ou três meses, em um procedimento conhecido como biópsia líquida, que identifica mutações no gene ESR1, ligadas à resistência aos hormônios usados no tratamento.
Outro avanço promissor veio com um novo medicamento, o vepdegestrant, voltado para pacientes que já não respondem aos tratamentos hormonais tradicionais. Em testes de fase 3, ele se mostrou mais eficaz que os remédios usados atualmente. Diferente dos tratamentos hormonais comuns, esse novo remédio age destruindo diretamente o receptor de estrogênio, o que ajuda a impedir o crescimento das células do câncer.
A terceira inovação refere-se ao tratamento de pacientes com câncer de mama mais agressivo. Um estudo investigou a eficácia do uso da combinação dos medicamentos já na primeira linha de tratamento, e não apenas quando outras terapias falham. Os resultados mostraram uma redução de 44% no risco de progressão ou morte, com uma média de controle da doença superior a três anos.
Apesar do otimismo, especialistas alertam para os desafios que ainda impedem a chegada imediata desses tratamentos ao Brasil. Questões regulatórias, como a aprovação pela Anvisa, bem como o custo elevado e a necessidade de infraestrutura adequada nos serviços de saúde, são obstáculos a serem superados.
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