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Como superei meu trauma

Recentemente fiz um post de algo que tem grande impacto em minha vida, e isso me fez ter vontade de falar mais sobre este assunto…

Por Adriana Rebouças

Recentemente fiz um post de algo que tem grande impacto em minha vida, e isso me fez ter vontade de falar mais sobre este assunto que poderá servir para alguém que tenha tido as mesmas dores que eu.

Eu nasci com um problema no olho, problema esse que ocasionou diversos outros no decorrer de minha vida.

Aos 5 anos de idade minha tia enquanto estava penteando meu cabelo, olhou atentamente em meus olhos e gritou para minha mãe: Socorro, Socorro!

Esse era o nome de minha amada mãe, que por sua vez se sentiu digna de pedir socorro: “Será que minha filha não enxerga de um olho?”. A partir de então minha família iniciou uma luta constante na busca para que eu pudesse ter o outro olho saudável, e isso virou um sonho de minha mãe e meus irmãos, que como sabem não somos poucos (13 ao todo).

Cresci com minha mãezinha me chamando com muita frequência para fazer o tal teste que faria parte de minha vida: “Filha, fecha o olho bom e me diga quantos dedos tem aqui?”.

Eu dizia, 1, 2, 3? Eu lutava e dificilmente acertava, pois, esse olho realmente não enxergava.

Foto: Adriana Rebouças

Passaram-se anos nessa luta de entender o porquê de eu não enxergar com os dois olhos. Aos 7 anos fiz a primeira cirurgia onde o resultado foi um erro médico, deixando apenas uma mancha branca em minha íris.

Passei minha infância e adolescência com a expectativa se eu enxergaria ou não. Fiz várias cirurgias e a que mais me ajudou foi a de estrabismo aos 14 anos, trazendo muita alegria para mim já que o bullying estava em alta nesta época.

Mas essa alegria não durou muito tempo, pois eu continuava me incomodando pela forma que as pessoas olhavam em meus olhos. Quando olhavam rapidamente para o esquerdo e depois para o direito, em minha concepção elas estavam vendo que meus olhos eram diferentes um do outro. Vivi com esse desconforto até a fase adulta. As pessoas diziam: “Você é modelo?” E eu pensava: “Como com esse olho?! Como as pessoas podem me dizer isso com este olho assim?”.

Em paralelo a isso sempre busquei o meu crescimento pessoal, para viver mais grata e entender que eu não era apenas um olho que nunca iria enxergar.

Mais ou menos aos 20 anos fui em um oftalmo verificar se havia algo que fizesse com que meu olho direito fosse igual ao esquerdo. Na ocasião ele não deveria estar em um bom momento e me disse com uma voz ríspida: “Presta atenção em VOCÊ por inteira!”.

Essa frase caiu como uma luva no momento em que mais buscava por evolução pessoal. Caminhei anos nessa busca e finalmente passei a ser grata pois entendi que o meu olho esquerdo era sensacional! E que os 20% de visão do olho direito me permitia ter relances do que estava acontecendo desse lado.

E finalmente após meus 30 anos pude passar por um resgate em minha autoestima através da minha foto. Não vou mentir e dizer que meu olho não me incomoda mais, mas entendi que tenho motivos de sobra para agradecer a Deus pela pessoa que me tornei, então não deixo esse monstrinho me enganar mais.

Hoje sinto que passar por isso me fez mais forte, mais consciente em viver a vida repleta de gratidão por ter minha família, meu trabalho e muita saúde para viver melhor a cada dia.

Espero que gostem desse relato resumidíssimo, pois se eu fosse contar detalhes daria um livro enorme! E que ele chegue até as pessoas que precisam ouvir essa mensagem: Não se define pelo que você não gosta, se olhe por inteira!

Beijos e até a próxima!

Adriana Rebouças

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