Centro de Treinamento Cerebral de São José é responsável por treinar cérebro de pilotos da Força Aérea Brasileira
Especialistas explicam como funciona técnica para aprimorar capacidades como foco e concentração durante voos

Os pilotos de caça são responsáveis por realizar missões com o objetivo de defender o espaço aéreo brasileiro. Para desempenhar essa função, além da formação técnica é necessário ter foco e muita atenção. Uma das formas de aprimorar essas capacidades é através do exame eletroencefalograma (EEG) e do treinamento cerebral com o neurofeedback.
Os responsáveis por realizar essa técnica com os pilotos do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) são a neurocientista e especialista em neurofeedback, Drª Emily Pires, e o engenheiro, Profº Faria Pires, do Centro de Treinamento Cerebral de São José dos Campos, ‘BrainEstar’.
De acordo com Emily Pires, a avaliação com os pilotos é realizada em uma situação de voo simulado adverso com diferentes graus de dificuldade. “Nessa simulação o piloto é avaliando em tempo real com o uso do EEG, também conhecido como ‘mapeamento cerebral’, que é um exame não invasivo que registra e analisa as atividades elétricas do cérebro”, segundo ela, a análise de fatores humanos na aviação é fundamental para medir a carga de trabalho máxima que um piloto pode suportar mantendo a segurança de voo.
“O EEG oferece uma ferramenta valiosa para medir a carga de estresse, bem como o limite operacional de cada piloto e é isso que estamos fazendo no ITA, trabalhando em métricas de determinação de esforço cognitivo e motor dos pilotos”, comenta.
O engenheiro e diretor técnico da BrainEstar, Profº Faria Pires, explica que o neurofeedback, ferramenta utilizada para regular as funções cerebrais, e o EEG são técnicas utilizadas pela Nasa desde os anos 80. “Essas técnicas já fazem parte da rotina da Nasa, tendo em vista que o monitoramento de toda a atividade orgânica dos tripulantes é crucial para a garantia da segurança e dos investimentos astronômicos já realizados no programa espacial. O que nós fazemos no ITA é uma iniciativa, até certo ponto pioneira, de introdução de sistemas de medida quantitativas para avaliação de esforço humano e carga de trabalho em pilotos”, esclarece.
Além de engenheiro, Faria Pires também é piloto de caça da Força Aérea Brasileira e professor no ITA. “Para nós da BrainEstar é um orgulho muito grande poder participar desse projeto e poder colaborar no início de uma jornada que pode levar a meios eficientes de avaliação e treinamento de tripulantes tanto da aviação civil, quanto da militar”, afirma.
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