Capivaras: Patrimônios do Vale do paraíba muito antes de conquistarem o Mundo

 Recentemente, as capivaras se tornaram fortes na cultura popular não somente no Brasil, mas também em diversas partes do mundo, virando um sinônimo de simpatia e tranquilidade, principalmente entre as crianças.

 No filme “Flow”, ganhador do Oscar de Melhor Animação, a capivara é um dos principais personagens. Na Rússia, um jovem virou trend global no TikTok após compor uma música divertida com o nome “Capybara”, que mostra diversos memes e imagens dessas adoráveis criaturas. Tudo isso sem contar a febre nos comércios, onde elas dominam o espaço, principalmente em materiais escolares, bichos de pelúcia e brinquedos.

 Mas muito antes de se tornar uma febre mundial, as capivaras já eram um símbolo do Vale do Paraíba, sendo figuras frequentes nos noticiários e acontecimentos icônicos da região.

Em São José dos Campos, apesar de ser uma região metropolitana bem desenvolvida, elas já foram flagradas em locais inusitados. Em fevereiro de 2025, uma capivara foi resgatada pelos bombeiros em um estacionamento de prédio no Jardim Aquarius.

Em dezembro de 2024, uma capivara foi flagrada correndo em um posto de gasolina às 2 horas da manhã, no Jardim Apollo II.

Em 2023, os irmãos Matheus e Carol Capucho criaram um game educativo inspirado nas capivaras do Parque da Cidade de São José dos Campos.

Os roedores também são vistos com frequência em Taubaté, devido à proximidade com áreas de preservação. Em 2023, uma família de capivaras foi vista passeando na calçada de uma avenida no bairro Jardim Jaraguá.

Em Caçapava, o animal foi “eternizado” com uma escultura metálica, instalada próximo ao Parque Ecológico da Moçota. A homenagem foi custeada por uma vereadora e empresários da cidade e viralizou na internet.

Simpáticas, mas ainda selvagens

No passado, as capivaras eram diretamente relacionadas a diversas doenças, principalmente a febre maculosa, por serem hospedeiras primárias do carrapato-estrela. Segundo o biólogo José Sabino, essa mudança de perspectiva sobre esses animais está relacionada ao jeito carismático e, aparentemente, inofensivo: “Claramente, elas são vistas de outras formas. No passado, eram tidos como animais vetores de doenças. Mas hoje há uma relação muito mais afetiva.”

 Apesar de serem animais dóceis, não devem ser tocados e o contato direto deve ser evitado, pois ainda se trata de um animal silvestre. E caso se sintam ameaçadas, podem atacar como um estímulo de defesa.