Brasil vive crise prolongada na vacinação infantil, mesmo com melhora em 2023
O alerta é do anuário VacinaBR, publicado pelo UNICEF
Apesar de uma recuperação significativa registrada em 2023, o Brasil ainda enfrenta uma crise prolongada na vacinação infantil. O alerta é do anuário VacinaBR, publicado pelo UNICEF, que mostra tanto os avanços recentes quanto os desafios persistentes no combate à baixa cobertura vacinal entre crianças no país.
Durante os anos mais críticos da pandemia de COVID-19, a vacinação infantil sofreu um forte recuo. Dados de 2021 apontam que mais de 680 mil crianças não haviam recebido sequer a primeira dose da vacina DTP (vacina que protege contra três doenças graves causadas por bactérias: difteria, tétano e coqueluche), que protege contra difteria, tétano e coqueluche. Outras 846 mil não completaram o esquema vacinal com as três doses recomendadas. A baixa cobertura vacinal fez com que o Brasil figurasse entre os 10 países com maior número de crianças não vacinadas, ocupando, naquele ano, o 7º lugar nesse ranking.
Em 2023, o número de crianças que não receberam nenhuma dose da DTP caiu para cerca de 103 mil. Esse avanço tirou o Brasil do grupo das 20 nações com os piores indicadores de vacinação infantil, representando uma melhora expressiva.
De acordo com o anuário, houve aumento na cobertura de 14 das 16 vacinas do calendário infantil. As vacinas contra pólio, febre amarela, hepatite A, rotavírus, meningite e tríplice viral registraram crescimento nos índices, embora nenhuma delas tenha ainda atingido a meta ideal de 95% de cobertura.
O relatório reforça a urgência de acelerar o ritmo de imunização, especialmente em um momento em que surtos de doenças como sarampo e poliomielite voltam a ameaçar o país. O desafio agora é consolidar os avanços de 2023 e garantir que crianças tenham acesso completo e seguro às vacinas.
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