Brasil bate recorde de transplantes e anuncia novas medidas para agilizar doações
Com mais de 30 mil transplantes em 2024, governo promete modernizar sistema
O Brasil acaba de bater um recorde na área da saúde pública: foram realizados mais de 30 mil transplantes só em 2024 pelo SUS. O número representa um crescimento de 18% em comparação com 2022. A informação foi divulgada nesta quarta (4), pelo Ministério da Saúde, em Brasília.
Segundo o ministro Alexandre Padilha, o feito só foi possível graças à união entre estados, municípios, profissionais da saúde e equipes do SAMU. “O Brasil segue sendo o país que mais faz transplantes no sistema público no mundo”, destacou.
O governo também anunciou novas medidas para tornar o processo de doação e transplante ainda mais rápido, seguro e acessível.
Prova Cruzada Virtual
Uma técnica inovadora que cruza informações entre doador e receptor de forma online, antes mesmo da cirurgia. Isso reduz o tempo de espera, evita rejeição e acelera a distribuição de órgãos como rim, coração, pulmão e pâncreas.
Nova forma de distribuir os órgãos
Os transplantes passarão a ser feitos, preferencialmente, entre estados da mesma região geográfica. Isso diminui o tempo de transporte e melhora a logística para salvar vidas.
Transplantes que agora serão feitos no SUS
A partir de agora, o SUS também passa a oferecer transplante de intestino delgado e multivisceral, algo inédito na rede pública. O procedimento é indicado para pessoas com falência intestinal irreversível, e representa um avanço enorme para quem depende dessa alternativa.
Por enquanto, cinco hospitais estão habilitados a realizar esse tipo de transplante — quatro em São Paulo e um no Rio de Janeiro. A expectativa é aumentar esse número em breve.
Novo programa para acolher famílias e incentivar a doação
O Ministério da Saúde também vai lançar o ProDOT — Programa de Qualidade em Doação para Transplantes. O foco é treinar equipes para acolher os familiares na hora de decidir sobre a doação de órgãos. A ideia é reduzir o número de recusas, que ainda é alto no Brasil.
Em 2024, 55% das famílias aceitaram doar os órgãos de seus entes. Mas ainda temos muito a crescer — na Espanha, por exemplo, esse índice passa de 90%.
E vale lembrar: mesmo que a pessoa tenha dito em vida que gostaria de ser doadora, a doação só acontece se a família autorizar. Por isso, o mais importante é conversar com os parentes sobre esse desejo.
Uso da membrana amniótica para tratar queimaduras
O SUS vai dar início ao uso da membrana amniótica como curativo para queimaduras. Essa tecnologia acelera a cicatrização, reduz infecções e diminui a dor, trazendo mais conforto para o paciente.
A medida ainda será oficializada por meio de uma portaria, mas já foi aprovada pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS).
Reajustes e mais apoio aos transplantes
Também houve reajuste nos valores pagos pelo SUS em vários procedimentos relacionados ao transplante de córneas. A ideia é fortalecer os bancos de olhos e aumentar a oferta de tecidos para quem precisa.
Hoje, mais de 85% dos transplantes no Brasil são feitos pelo SUS — que também oferece, de graça, os medicamentos imunossupressores que os pacientes precisam tomar pelo resto da vida.
Órgãos mais procurados em 2024:
- Rim: 42.838 pessoas na fila
- Córnea: 32.349
- Fígado: 2.387
Órgãos mais transplantados
- Córnea: 17.107
- Rim: 6.320
- Medula óssea: 3.743
- Fígado: 2.454
Hoje, 78 mil pessoas esperam por um transplante no país.
E você, já falou com a sua família sobre ser doador? Doe órgãos. Salve vidas.
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