Bancada católica vota a favor da “Loteria Joseense” na Câmara de São José dos Campos
Em notas públicas recentes, a CNBB tem manifestado preocupação com a expansão dos jogos de azar no país, citando riscos morais, sociais e familiares, além de potenciais vínculos com lavagem de dinheiro e crime organizado
Vereadores pertencentes à Frente Parlamentar Católica, da Câmara Municipal de São José dos Campos, acompanharam a maioria do plenário e votaram a favor do projeto de lei do prefeito Anderson Farias (PSD) que cria a Loteria Municipal Joseense, aprovado na sessão de quinta-feira, 18 de setembro de 2025, após uma ordem do dia que se estendeu por mais de sete horas. O placar foi de 16 votos a 5.
Votaram a favor do projeto: Anderson Senna (PL), Claudio Apolinário (PSD), Fabião Zagueiro (PSD), Gilson Campos (PRD), Juliana Fraga (PT), Lino Bispo (PL), Marcão da Academia (PSD), Marcelo Garcia (PRD), Milton Vieira Filho (Republicanos), Rafael Pascucci (PSD), Renato Santiago (União), Roberto do Eleven (PSD), Rogério do Acasem (PP), Sidney Campos (PSDB), Thomaz Henrique (PL) e Zé Luis (PSD). A proposta autoriza o município a explorar a loteria diretamente ou por concessão/permissão, como mecanismo de arrecadação local.
Dentre os membros da bancada católica votaram a favor Gilson Campos (PRD), Lino Bispo (PL), Marcão da Academia (PSD), Anderson Senna (PL), Sidney Campos (PSDB), Thomaz Henrique (PL) e Zé Luís (PSD). Dos católicos, quem votou contra foi Sérgio Camargo (PL).
A tramitação chegou a ser adiada em agosto, o que “trancou” a pauta da Câmara, e voltou neste mês para deliberação final.
O que diz a Igreja Católica sobre jogos de azar?
O Catecismo da Igreja Católica (nº 2413) afirma que jogos de azar e apostas não são, em si, contrários à justiça, mas tornam-se moralmente inaceitáveis quando privam a pessoa do que é necessário para si e para a família; a paixão pelo jogo pode converter-se em grave servidão. Também condena fraudes e práticas injustas.
Em notas públicas recentes, a CNBB tem manifestado preocupação com a expansão dos jogos de azar no país, citando riscos morais, sociais e familiares, além de potenciais vínculos com lavagem de dinheiro e crime organizado, e já pediu a parlamentares que rejeitem iniciativas de ampliação dessa atividade.
Com a aprovação, o texto segue para sanção do Executivo. A regulamentação deverá definir o modelo de operação (direta ou concedida) e os destinos dos recursos, pontos que têm sido cobrados por veículos locais por carecerem de detalhamento no projeto original.
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