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Instituto Argonauta registra 60 ocorrências envolvendo animais marinhos, aquáticos e silvestres no último mês

O Instituto Argonauta, que atua nos quatro municípios do Litoral Norte de São Paulo – Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba – contabilizou no mês…

Por Portal Aqui Vale

O Instituto Argonauta, que atua nos quatro municípios do Litoral Norte de São Paulo – Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba – contabilizou no mês de fevereiro 60 atendimentos a animais marinhos, aquáticos e silvestres.

O atendimento a animais marinhos foi realizado pela equipe do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMPBS), já o atendimento a animais aquáticos e o atendimento emergencial de animais silvestres foi realizado através do Centro de Reabilitação e Triagem de Animais Aquáticos (CRETA) da instituição que, embora não tenha como objetivo o atendimento a animais silvestres realiza o primeiro atendimento e estabilização, para depois encaminhar para as instituições parceiras.

Ao todo, foram atendidos 50 animais marinhos pela equipe PMP-BS no trecho 10 do Instituto Argonauta, sendo a maior parte das ocorrências registradas em Ubatuba (65%), seguida de São Sebastião (20%), Ilhabela (10%), e Caraguatatuba (5%). As tartarugas representaram 50% dos casos, com ocorrência da espécie tartaruga-verde (Chelonia mydas).

Já os mamíferos marinhos representaram 36% das ocorrências contabilizadas no período, com registro apenas de encalhes de animais mortos nas praias da região. Neste grupo, a espécie de maior ocorrência foi a Toninha (Pontoporia blainvillei) – o menor e mais ameaçado golfinho da América do Sul. Coordenadora do PMP-BS no trecho 10 do Instituto Argonauta, a bióloga Carla Beatriz Barbosa alerta sobre os impactos aos quais a população de Toninhas está sendo submetida. “Temos visto um número considerável de ocorrências de Toninhas mortas, muitas com uma morte relacionada à captura acidental pela pesca, que é considerada hoje a maior ameaça à essa espécie, seguida pela poluição do ambiente marinho”, alertou. Apesar de não intencional, essa captura pode levar a espécie a um risco grave de extinção. Carla ressalta que a situação está longe de ser facilmente resolvida, porque existem também importantes questões sociais e econômicas.

As aves marinhas representam 14% dos registros com predomínio do Atobá da espécie Sula leucogaster. Os atobás viajam longas distâncias para se alimentar. Mergulham até 15 metros para capturar a presa e assim que chegam perto da água colocam as asas para trás para aumentar a velocidade. Às vezes, a velocidade é tão alta que alguns animais, quando não conseguem mergulhar corretamente, se machucam, podendo até causar fraturas nas asas. Presidente do Instituto Argonauta, o oceanógrafo Hugo Gallo Neto explica que essa é uma causa natural do aparecimento de animais enfermos desta espécie nas praias da região. “É comum acontecer de encontrar os animais com asas fraturadas por causa do mergulho”, frisou. Ele ainda atenta para a velocidade que algumas espécies de atobás conseguem atingir em mergulho, chegando à marca dos 110km/h. “Eles são alguns dos melhores pescadores que
existem no mar”, explica o oceanógrafo.

O atendimento de animais marinhos encontrados encalhados, mortos ou debilitados é realizado pela equipe PMP-BS no trecho 10 do Instituto Argonauta, que realiza o monitoramento diário das praias na região do Litoral Norte de SP. Diariamente, as equipes compostas por técnicos e monitores, percorrem as praias a pé, de moto, bicicleta ou de barco, registrando e atendendo essas ocorrências.

Os animais chegam até a instituição através das equipes de monitoramento ou por meio do acionamento da população. Os animais marinhos são atendidos no Centro de Reabilitação e Despetrolização (CRD) de Animais Marinhos, localizado na base do Instituto Argonauta em Ubatuba, e recebem os cuidados de um corpo técnico especializado no atendimento, diagnóstico e reabilitação, além de realizarem as necropsias daqueles que foram encontrados mortos ou que venham a óbito. Aqueles que se recuperam retornam ao ambiente com os devidos cuidados e protocolos para reinserção.

Com o PMP, foi criada a Unidade de Estabilização (UE) em São Sebastião, também do Instituto Argonauta, com o objetivo de dar suporte ao atendimento dos animais encontrados em São Sebastião, Ilhabela e região sul de Caraguatatuba. Os animais permanecem na UE até estarem aptos para o transporte e assim finalizarem o tratamento no CRD.

Duas aves marinhas foram devolvidas para a natureza depois de passarem pelos cuidados da equipe técnica PMP-BS do Instituto Argonauta e, as tartarugas-verdes (Chelonia mydas), foram devidamente encaminhadas para o Projeto Tamar de Ubatuba, para reabilitação.

Pelo CRETA, um dos projetos do Instituto Argonauta, foram atendidos 10 animais vivos. As aves representaram a maior parte das ocorrências, representando 60% dos atendimentos no mês de fevereiro deste ano. Montado em parceria com o Aquário de Ubatuba, o Centro de Reabilitação do Instituto Argonauta realiza o resgate e a reabilitação de animais marinhos e aquáticos no litoral norte de São Paulo.

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